Título: Petrobras aumenta em 15% gastos com segurança e saúde
Autor: Nogueira, Danielle
Fonte: O Globo, 17/09/2012, Especial, p. 5

Normas estão sendo atualizadas para tornar o trabalho mais seguro nas plataformas

Em 2010 e 2011, plataformas de petróleo pararam na Bacia de Campos. Motivo: a segurança dos trabalhadores estava em risco. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) fez sua primeira interdição de uma unidade no mar desde que foi criada em 1998. As paralisações reduziram a produção de petróleo e o lucro da Petrobras. Segundo a estatal, no ano passado, o investimento em segurança, meio ambiente e saúde, incluindo a operação, cresceu 15,6%. Foram R$ 5,255 bilhões, contra R$ 4,546 bilhões. Em 2010, a alta fora de 4%.

Em julho último, a Petrobras destinou R$ 5,6 bilhões para recuperar 31 plataformas mais antigas na Bacia de Campos, que produzem há cerca de 30 anos. Hoje, as plataformas respondem pela produção de 450 mil barris diários de petróleo, cerca de 25% da produção total do país, que varia entre 1,8 milhão e dois milhões de barris por dia.

Emprego no setor dobra PARA 400 mil vagas

E o investimento deve crescer. Além das reformas, as exigências de segurança nas plataformas de petróleo terão que aumentar no ano que vem. Está pronta para entrar em consulta pública proposta de norma que estabelece especificamente as condições de trabalho nas plataformas. Atualmente, esse controle legal está previsto num anexo de outra norma, a do trabalho marítimo, também recentemente editada.

- Há um esforço da indústria do petróleo de melhorar o conforto do trabalhador de plataformas. Ainda estamos nos adaptando às mudanças na última atualização (de 2010) - afirmou Carlos Victal, gerente de Responsabilidade Social do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).

A fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) também se tornou mais intensa, diz Victal. Segundo o IBP, o setor empregava 400 mil pessoas em 2010; em 2003, eram 200 mil.

Segundo a Petrobras, os indicadores de segurança, como a Taxa de Acidentados Fatais - número de fatalidades por 100 milhões de homens-horas de exposição ao risco - até junho de 2012 foi de 1,03, contra 1,27 em igual período de 2011. A estatal diz que, em 2011, criou um fórum com sindicatos para melhorar a gestão na área.