Título: PT cobra presença de Dilma em São Paulo
Autor: Uribe, Gustavo ; Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 25/09/2012, País, p. 10

Presidente, porém, só deve participar da campanha paulista se Haddad reagir

SÃO PAULO Com o risco de amargar uma derrota já no primeiro turno, o PT tem pressionado a presidente Dilma Rousseff, que conta com uma aprovação de 55% na capital paulista, a intensificar a sua presença na campanha eleitoral em São Paulo. Em mais de dois meses de disputa municipal, a participação da presidente se resumiu a uma gravação para o horário eleitoral, o que não foi suficiente para alavancar o desempenho do candidato do PT, Fernando Haddad. Para a fase final da disputa municipal, a campanha eleitoral programa para esta semana nova gravação com Dilma, em Brasília, e cobra a sua presença em comício eleitoral, no próximo sábado, na Zona Leste da capital paulista, ato político que terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A oscilação de Fernando Haddad de 17% para 15% na última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, preocupou a cúpula petista, que estuda estratégias para levá-lo ao segundo turno. Uma delas, informada pelo jornalista Ilimar Franco, em sua coluna de domingo em O GLOBO, é por meio de uma "desistência branca" dos candidatos do PMDB, Gabriel Chalita, e do PDT, Paulinho da Força, em uma equação que passaria por mudanças na Esplanada dos Ministérios.

"A ajuda dela (Dilma) nunca é demais"

- A presidente gravou para o horário eleitoral, deu uma força grande. A ajuda dela, se ela quiser ajudar mais, nunca é demais. O problema em São Paulo não depende dela, trata-se de uma disputa em reta final - afirmou o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que Dilma não virá a São Paulo se as pesquisas eleitorais não mostrarem uma reação de Fernando Haddad, atualmente em terceiro lugar. O diagnóstico é de que a presidente só entrará na campanha eleitoral no segundo turno, em capitais onde não haja disputa entre dois partidos que integrem a base aliada do governo federal.

dirceu: apoio de Dilma não basta

Já o ex-ministro José Dirceu, principal réu do mensalão, afirmou ontem que os petistas partiram da premissa equivocada de que o apoio do ex-presidente LuIa e da presidente Dilma seria suficiente para levar Haddad ao segundo turno.

Para Dirceu, no entanto, Haddad corrigiu a campanha ao passar, desde a semana passada, a centrar ataques ao candidato do PRB, Celso Russomanno. "Decifrar essa esfinge, então, é a questão central que nossa campanha não deu conta até agora, ficando numa situação difícil: enfrentar José com sua campanha anti-petista; e a necessidade de conquistar o voto do PT, a parte que ainda vai para Russomanno".