Título: Governo: antenas de celular serão compartilhadas este ano
Autor: Scrivano, Roberta; Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 27/09/2012, Economia, p. 31
Fiscalização da qualidade da banda larga fixa pela Anatel atrasará
As operadoras de telefonia celular começarão a compartilhar as suas redes de antenas e dutos ainda neste ano, garantiu ontem o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em São Paulo. Segundo ele, a regulamentação que definirá o compartilhamento da infraestrutura está incluída no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) e será votada até o fim de outubro.
- Pode ter até uma antecipação das empresas. Mas a certeza que temos é de que o PGMC vai ser votado até o fim de outubro - disse Bernardo, depois de participar da inauguração de um data center da Embratel no Brasil que exigiu investimentos de R$ 100 milhões.
Há uma certa resistência das operadoras a aceitar o compartilhamento. Isso porque as antenas e dutos de cabeamento que foram fruto do investimento de uma só empresa serão emprestados aos concorrentes. Perguntado sobre isso, Bernardo afirmou que essa é uma questão de "bom senso".
- Temos uma forte resistência das cidades à instalação de muitas antenas. Portanto, vamos usar o compartilhamento para melhorar nossa relação com as cidades. Não é razoável achar que todos têm que fazer infraestrutura em todos os lugares - disse.
Além do PGMC, o governo federal também espera a aprovação da Lei das Antenas, no Senado. Na terça-feira, executivos da TIM e da Vivo afirmaram em seminário promovido pela Fiesp que a dificuldade de construir novas antenas pode prejudicar o desenvolvimento da rede móvel de 4G. Sobre esse tema, Bernardo salientou que existe tempo para problemas serem resolvidos, já que a 4G deve entrar totalmente em operação em 2014.
- Há tempo até 2014. De qualquer forma, nós achamos que a lei das antenas vai sair logo e, independentemente disso, o compartilhamento vai ser definido até o início de novembro - frisou o ministro.
Internet: voluntários ignoram teste
Faltando pouco mais de um mês para que comecem a vigorar as novas exigências de velocidades mínimas de internet no país, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda não conseguiu implementar o projeto de medição da qualidade da banda larga fixa. O início dos testes, previsto para começar na próxima semana, vai atrasar. As medições da internet terão início ao longo do mês de outubro, à medida que os equipamentos forem entregues para os voluntários.
A Anatel está encontrando muita dificuldade para selecionar os 12 mil voluntários que farão os testes. Até agora, já foram cadastrados 49.220, mas o número não é suficiente para a amostragem final.
O problema, segundo a assessoria da agência, é que depois da primeira seleção, os voluntários recebem um e-mail de confirmação e precisam fazer o teste de velocidade em seus computadores. Porém, muitos deles não realizam este procedimento, o que acaba tornando a inscrição inválida.