Título: Síria moveu arsenal químico, diz Panetta
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Fonte: O Globo, 29/09/2012, Mundo, p. 39

Chefe do Pentágono desconhece destino de parte das armas de Assad

Manifestações. Em Idlib, opositores sírios tomam as ruas após as orações de sexta-feira

WASHINGTON e DAMASCO Enquanto na Síria combates renovados eclodiam na cidade de Aleppo, em Washington, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, lançou uma advertência. Após semanas de rumores acerca do destino do arsenal de armas químicas do regime de Bashar al-Assad, o secretário confirmou ter informações de que parte do material fora transferida, dentro da Síria, por questões de segurança.

- Há (relatos de) inteligência de que algumas mudanças foram feitas. Para onde o material foi levado, não sabemos. Como a movimentação foi limitada, a maioria do arsenal continua no mesmo lugar. Está em lugar seguro - ressaltou o secretário.

Questionado se as forças rebeldes tiveram acesso a algum depósito de material químico, Panetta disse não ter nenhuma informação específica relacionada à dissidência. Autoridades americanas acreditam que a Síria tem dezenas de depósitos de armas químicas e biológicas espalhados pelo país - e o arsenal incluiria os gases sarin, tabun e o asfixiante VX.

Em Aleppo, opositores e forças pró-regime travaram pesados combates homem a homem pelo controle do bairro curdo de Sheikh Maksoud, pela primeira vez palco de batalhas. O regime contra-atacou, ainda, com disparos de artilharia. Segundo o opositor Comitês de Coordenação Local, o número de mortes em todo o país, somente ontem, foi de ao menos 144.

À margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou uma ajuda de US$ 45 milhões para a oposição - elevando a um total de US$ 130 milhões o pacote de apoio dos EUA ao bloco anti-Assad. Hillary reuniu-se com nove representantes da oposição e ministros do grupo de países Amigos da Síria. Ela ressaltou, porém, que o dinheiro terá uso civil: US$ 30 milhões serão destinados à ajuda humanitária e os outros US$ 15 milhões, à oposição política.