Título: MP abre investigação sobre aliança do PTN
Autor: Castro, Juliana
Fonte: O Globo, 02/10/2012, O País, p. 7

PMDB diz que apenas repassou ajuda com material de campanha

O Ministério Público Eleitoral instaurou ontem procedimento para investigar denúncia de que o PMDB teria oferecido pagamento pelo apoio do PTN à reeleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A promotoria poderá colher depoimentos para fazer a apuração do caso.

Reportagem do site da revista "Veja" divulgada no fim de semana traz áudio em que o presidente estadual do PTN, Jorge Sanfins Esch, diz que que barrou a candidatura própria da sigla porque acertou recebimento de R$ 200 mil do PMDB para financiar a campanha de candidatos a vereador da legenda.

Paes diz que o PMDB ajuda apenas com material de campanha para os candidatos a vereador, o que é legal. O prefeito apresentou notas fiscais do material, no valor de R$ 154.959, e que, segundo ele, estarão na próxima prestação de contas.

Segundo o site, foi negociado com o PMDB um acerto referente a uma suposta dívida de R$ 800 mil da Rioluz com Esch. Paes disse que isso não procede e apresentou documentos atestando que o processo de Esch foi negado e arquivado em dezembro de 2011.

Segundo o procurador, o presidente estadual do PTN, o coordenador da campanha de Paes, Pedro Paulo, e até o prefeito podem ser convocados. A promotoria tem até a diplomação, que acontece em dezembro, para apresentar uma ação à Justiça, caso avalie que há indícios de irregularidades.

A campanha de Paes informou que deu entrada ontem no MP Eleitoral com pedido de investigação das informações divulgadas pelo site da "Veja". Adversários de Paes, os candidatos Marcelo Freixo (PSOL), Otavio Leite (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM) cobram investigação sobre o caso.

O presidente do PTN identificou as três pessoas que conversam com ele na gravação e que seriam ligados ao grupo de Paulo Memória, cuja candidatura foi retirada para que o partido apoiasse Paes.

- Eram Raminho da Silva, Leo Mazela e Julio Prazeres que estavam conversando comigo uma semana depois da reunião no palácio, que ocorreu em 26 de maio. Eles entraram no partido pelo Paulo Memória. Eles não são do meu núcleo político. Se alguém é responsável pela a divulgação é o Memória e seu grupo político - disse Esch.

Mazela, Silva e Prazeres foram procurados e não retornaram as ligações. O presidente do PTN disse ao GLOBO que a negociação sobre os R$ 800 mil, que teria sido feita com o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, não passava pela aliança. Picciani negou qualquer negociação.