Título: Em Porto Alegre, Fortunati mais perto da reeleição
Autor: Gama, Júnia
Fonte: O Globo, 05/10/2012, O País, p. 7

Prefeito subiu de 47% para 51% no último Datafolha

A três dias do primeiro turno das eleições municipais, o clima em Porto Alegre já é de vitória para o PDT. A última pesquisa Datafolha, divulgada na noite de quarta-feira, aponta que o prefeito José Fortunati (PDT) deverá ser reeleito no primeiro turno. Segundo o levantamento, Fortunati subiu de 47% para 51% das intenções de voto, o que representa 61% dos votos válidos, que excluem votos em branco e nulos.

Manuela D"Ávila, candidata do PCdoB, segunda colocada na pesquisa e que vem brigando por uma vaga no cada vez mais improvável segundo turno, caiu três pontos e tem 21%. Fortunati abriu uma vantagem de 30 pontos em relação à adversária.

outros não alcançaram 10%

Os outros candidatos, de acordo com a pesquisa Datafolha, não alcançaram 10% das intenções de voto. Adão Villaverde, do PT, ficou com 8%, seguido por Roberto Robaina (PSOL), com 2%; Wambert di Lorenzo (PSDB), 1%; e Jocelin Azambuja (PSL) e Erico Correa (PSTU), que não atingiram 1%.

Ao contrário do que ocorre em diversas outras capitais, a eleição deste ano em Porto Alegre deixou de fora os três maiores partidos do país: PT, PSDB e PMDB.

Aliados de Fortunati alegam que a estratégia mais agressiva dos adversários, de fazer denúncias e divulgar panfletos ofensivos, acabou prejudicando o desempenho desses partidos.

Ontem, o PDT conseguiu um mandado de busca e apreensão de material de campanha do PT que acusava José Fortunati de uso da máquina pública para se reeleger.

Na semana passada, o PT acusou o prefeito de sabotagem por conta de chafarizes ligados em praça pública durante um comício petista.

Nesta semana, a campanha de Manuela D"Ávila solicitou investigação contra o PDT por supostamente ter condicionado a realização de obras na cidade a votos no partido.

- Quanto mais agressivos se tornam os adversários, mais a população sente aversão a esse tipo de postura. Prova disso é que, depois dessas atitudes, a avaliação positiva de Fortunati aumentou e a dos outros caiu - afirma o deputado federal Vieira da Cunha (PDT), da coordenação da campanha do prefeito.

Com a oposição fora do páreo, candidatos dos partidos da base governista argumentam, ainda, que o candidato do PSDB, Wambert Di Lorenzo, não conseguiu superar 1% das intenções de voto por conta de seu principal cabo eleitoral: a ex-governadora Yeda Crusius, que deixou o governo do estado em 2010 sob forte desaprovação popular. Mas Yeda prefere manter o otimismo:

- Quando deixei o governo do estado, o PSDB gaúcho ficou totalmente esfacelado, o fogo amigo reinou esse tempo todo. O Wambert é desconhecido e nossa campanha é paupérrima em termos de dinheiro. Mas é rica em oposição ao PT e ao mensalão, então acho que vamos nos sair bem ao menos na Região Metropolitana - afirma a ex-governadora, que pretende candidatar-se deputada federal nas eleições de 2014.