Título: Liminar determina soltura de Cachoeira, mas bicheiro permanecerá preso no DF
Autor:
Fonte: O Globo, 16/10/2012, País, p. 4
Liberdade vale apenas para acusações da Operação Monte Carlo
Sem efeito. Liminar não garante liberdade para Cachoeira, preso há 7 meses
O bicheiro Carlinhos Cachoeira obteve ontem uma liminar determinando que seja solto do presídio da Papuda, em Brasília. Mas a decisão não terá efeito. O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal em Brasília, determinou a liberdade do réu apenas por conta das acusações formuladas a partir da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Mas Cachoeira também tem prisão decretada por acusações da Operação Saint-Michel, do Ministério Público do DF, por fraude no sistema de transporte público de Brasília. A decisão de mantê-lo preso por conta desta operação foi referendada há três semanas pelo Superior Tribunal de Justiça.
Ontem, Tourinho Neto disse que Cachoeira continuava preso mesmo com as incertezas sobre a legalidade dos grampos telefônicos realizados na Monte Carlo. Caso haja ilegalidade, a defesa espera derrubar toda investigação. O bicheiro está preso preventivamente há sete meses e teve vários pedidos de soltura negados. Em 15 de junho, Tourinho Neto já havia determinado a soltura de Cachoeira, mas também sem efeito prático.
Líderes partidários reúnem-se hoje e devem prorrogar os trabalhos da CPI, que permaneceu em estado de letargia no último mês por causa das eleições. Embora alguns parlamentares ainda estejam envolvidos em campanhas, a expectativa é que a maioria decida por continuar a investigação. O prazo atual para conclusão dos trabalhos é 4 de novembro.
Teixeira sugere prorrogação
Embora setores do PT defendessem até agora o encerramento da CPI, ontem o vice-presidente da comissão, Paulo Teixeira (PT-SP), disse que seu partido quer a continuação.
- O caminho é a prorrogação. No estágio em que está, precisamos prorrogar. Vamos definir o tempo necessário.
A última atividade da CPI foi a sessão em que o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) prestou depoimento, em 10 de outubro. Antes disso, a comissão ficou sem funcionar por um mês. Aguardam votação dezenas de requerimentos para depoimentos de suspeitos e testemunhas do esquema criminoso de Cachoeira, além da análise da documentação sobre quebra de sigilo que chegou na CPI no último mês.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) também defendeu que as investigações avancem:
- Vou trabalhar para uma prorrogação por mais 120 dias.
Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), há muitos documentos para análise:
- Tem muita coisa pela frente, com a Delta como alvo.