Título: PT sela acordo com PMDB em São Paulo
Autor: Ribeiro, Marcelle
Fonte: O Globo, 12/10/2012, País, p. 10

Em troca, Lula e Dilma gravarão para para peemedebistas em cinco cidades

O PMDB oficializou ontem o apoio à candidatura do petista Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. Em troca, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff vão gravar depoimentos para a propaganda eleitoral de cinco candidatos do PMDB que disputam o segundo turno. Os programas devem ser produzidos ao longo da próxima semana.

Lula e Dilma aceitaram entrar nas campanhas dos peemedebistas Gean Loureiro, em Florianópolis (SC), Tatiana Medeiros, em Campina Grande (PB), Renato Amaury e Maria Antonieta de Brito, nas cidades paulistas de Sorocaba e Guarujá, e Antonio Francisco Neto, em Volta Redonda. Em duas cidades, o enfrentamento ocorrerá com PDT e PR, partidos que apoiam o governo federal no Congresso.

Ontem, Haddad e Chalita assinaram um protocolo de entendimento em que o petista se compromete a incorporar em seu programa de governo várias propostas do peemedebista, como escola em tempo integral, construção de unidades de pronto atendimento de Saúde e implantação das UPAs, no modelo usado pelo Rio. Segundo Haddad, a aliança ocorreu com base em programas de governo.

- É incomum a união em torno de ideias. Nós queríamos dar um exemplo de como as coisas devem acontecer na política. Conto muito com a amizade do Chalita - afirmou o petista.

Questionado se a aliança com Chalita, ligado à Igreja Católica, é uma maneira de se aproximar dos eleitores religiosos, o petista respondeu que nunca se afastou desse eleitor e da religião, mas afirmou que não usará o tema na campanha. Haddad voltou a acusar o candidato José Serra (PSDB) de instrumentalizar religiões para atacá-lo.

- Ele trouxe do Rio um pastor (Silas Malafaia) para me ofender. Se ele (Serra) quiser pontuar isso em debate, ele pode fazê-lo. Não posso responder ao submundo da política. Tenho que responder a ele (Serra) - disse o petista.

Gabriel Chalita afirmou que não houve dificuldade para firmar a aliança.

- O Haddad administrou um orçamento de bilhões no Ministério da Educação e não tem denúncias de corrupção. Não tem nada que macule sua honra e imagem - defendeu o peemedebista.

PMDB e PT ainda não chegaram a um acordo para o segundo turno em Natal (RN) e Mauá (SP). O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), negou que tenha entrado em jogo o aumento do espaço do partido na Esplanada dos Ministérios.

- Não é momento para isso - sustentou o senador.

Sobre o apoio a Serra de partidos aliados ao Planalto, como o PDT, o candidato do PT admitiu que prevaleceu a força exercida pelas direções estaduais.