Título: Apoio latino a Obama é maior do que em 2008
Autor: Barbosa, Flávia
Fonte: O Globo, 12/10/2012, Mundo, p. 31

Pesquisa do Pew Hispanic Center mostra que 69% preferem o presidente

As iniciativas da candidatura republicana para atrair o voto latino ainda não surtiram efeito. Pesquisa divulgada ontem pelo Pew Hispanic Center mostra que o apoio do eleitorado hispânico a Barack Obama é ainda maior do que na eleição de 2008. De acordo com a sondagem, 69% dos eleitores latinos registrados preferem o presidente. Outros 21% pretendem votar no ex-governador de Massachusetts.

Em 2008, quando concorreu contra John McCain, Obama contou com o voto de 67% dos hispânicos. Desde então, o total de latinos aptos a votar no país cresceu 22% e chegou a 23,7 milhões de pessoas. De modo geral, esses eleitores expressam satisfação crescente com os rumos do país e com sua situação financeira. A pesquisa revela um aumento expressivo no percentual de eleitores latinos que consideram o partido democrata o mais preocupado com as suas necessidades: em 2011, esta era a avaliação de 45% dos entrevistados, agora, este patamar chegou a 61%. O único senão para o candidato democrata é o grau de comparecimento às urnas inferior ao de outras minorias no país. A pesquisa mostra que 77% estão certos de que votarão no dia 6 de novembro, um percentual abaixo da média dos eleitores registrados no país, de 89%.

A pesquisa do Pew não captou o impulso à candidatura republicana após o primeiro debate presidencial porque foi realizada entre os dias 7 de setembro e 4 de outubro. O esforço para atrair os latinos se traduziu em peças de propagandas voltadas diretamente para esse público. Nesta semana, Obama lançou anúncio em espanhol sobre a situação dos jovens imigrantes ilegais que poderão se beneficiar de uma autorização de trabalho temporária concedida pelo presidente. Romney gravou propaganda com legendas em espanhol sobre o impacto das políticas econômicas do presidente para o grupo.

Qualidades de liderança de romney

Outras sondagens divulgadas ontem, no entanto, mostram que a percepção do eleitora americano mudou em relação ao ex-governador de Massachusetts. Pesquisa do Instituto Quinnipiac, do "New York Times" e da CBS realizada em Colorado, Virgínia e Wisconsin, três dos chamados swing states - estados sem preferência partidária definida, cruciais para definir o vencedor da disputa - mostra que cerca de dois terços dos eleitores o consideram um candidato com perfil mais forte de liderança. São estes os estados que recebem a maior parte dos recursos, peças publicitárias e atos de campanha nesta reta final da disputa pela Casa Branca.

- Quando os eleitores são questionados sobre qual candidato tem mais qualidades de liderança, Romney é mais citado do que Obama nos três estados - afirma Peter Brown, diretor-assistente do Instituto Quinnipiac.

Em compensação, o presidente ainda é visto como o candidato que mais se preocupa com os problemas e necessidades dos eleitores e o que faria o melhor trabalho pela classe média.

Uma outra pesquisa, divulgada pelo Instituto Marista, NBC e "Wall Street Journal", mostra que Obama e Romney estão tecnicamente empatados em Virgínia e Flórida. O democrata mantém leve vantagem sobre o rival em Ohio.

Em Ohio, Obama lidera com 51% das intenções de voto e Romney conta com 45%. Um dos fatores que podem ter influenciado o resultado é a votação antecipada. Dezoito por cento dos entrevistados já tinham votado e, deste total, quase dois terços escolheram Obama.

Segundo análise da NBC, os resultados mostram que Romney marcou pontos com o debate, mas o efeito nos estados mais disputados ainda é restrito. Em Virgínia, Flórida e Ohio, a maioria dos eleitores já havia escolhido seu candidato antes do debate. Na Virgínia, apenas 7% decidiram após o confronto, na Flórida, este percentual foi de 6% e em Ohio, de 5%.