Título: Partidos decidem prorrogar CPI do Cachoeira
Autor:
Fonte: O Globo, 17/10/2012, País, p. 4

Oposição quer mais 180 dias para investigar contratos da Delta

Os líderes partidários decidiram ontem prorrogar os trabalhos da CPI do Cachoeira, mas não deliberaram o novo prazo. Uma reunião administrativa, marcada inicialmente para hoje, foi cancelada e só será realizada no dia 30, após as eleições, quando os parlamentares devem decidir por quanto tempo mais a comissão atuará.

A oposição quer prorrogar por 180 dias, com o objetivo de investigar também os contratos da Delta com o poder público. Já os petistas defendem apenas mais 30 dias.

Deputados e senadores alegaram que não fixaram o tempo de prorrogação ontem para não contaminar o processo eleitoral. O prazo inicial da CPI termina dia 4 de novembro. Para ampliar o período de investigação é necessário totalizar 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores.

O PSOL já está colhendo assinaturas num requerimento que tenta garantir sobrevida de mais 180 dias para a CPI. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), defendeu uma extensão pelo mesmo período, proposta também sugerida por PDT, DEM e PPS. Os partidos de oposição afirmam que é necessário aprofundar as investigações e que há muitos dados enviados à CPI a serem examinados.

- Pela dimensão dos trabalhos à frente, são necessários mais 180 dias. Esta não é mais uma CPI só do Cachoeira. É uma CPI do Cachoeira e da Delta - disse Álvaro Dias.

- Hoje, nesta reunião, ninguém falou em 30 dias. O que há é um requerimento nosso pedindo a prorrogação por mais 180 dias. Os fatos imporão que essa prorrogação não se dê por menos de 60 dias - disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Para o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o importante é os líderes partidários terem concordado, por unanimidade, em adiar o prazo final da comissão:

- Os partidos entenderam que, por estarmos em período eleitoral, não podíamos contaminar o processo. Não definimos o tempo necessário porque vamos avançar por etapas.

Há mais de 500 requerimentos a serem votados, de convocação de testemunhas e quebra de sigilos, e cruzamentos de telefonemas e dados bancários a serem feitos.