Título: Brasil tem 6,7 milhões de universitários
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 17/10/2012, País, p. 9

Número de alunos em curso superior em 2011 cresceu 5,6%, mas só 14,6% dos jovens estão matriculados

O número de universitários no Brasil chegou a 6,7 milhões no ano passado, um aumento de 5,6% em relação a 2010. Em números absolutos, isso significou um acréscimo de 360 mil matriculados. As instituições federais apresentaram o maior crescimento -10% -, ante 4,8% da rede particular. Os dados fazem parte do Censo da Educação Superior de 2011, apresentado ontem pelo ministro Aloizio Mercadante.

Apesar da expansão, o Brasil segue atrás de países desenvolvidos e mesmo de vizinhos da América do Sul em termos de acesso ao ensino superior. Em 2011, apenas 14,6% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados na universidade, como mostrou O GLOBO na última segunda-feira. Com esse resultado, o país não alcançou sequer metade da meta traçada pelo primeiro Plano Nacional da Educação, que previa atingir o patamar de 30% em 2010. Se forem considerados os jovens já diplomados nessa mesma faixa etária, a proporção sobe para 17,8%.

Para Mercadante, a ampliação foi positiva. O problema, segundo ele, é que o Brasil corre para reduzir o prejuízo, já que partiu de patamares baixos após a estagnação da década de 1980.

- Precisamos de muito mais jovens universitários no Brasil do que nós temos hoje. Esse é o primeiro desafio: ampliar o acesso. Pobres, pretos, pardos e regiões menos desenvolvidas precisam ter mais presença. E isso tudo tem que ser feito com qualidade - disse Mercadante.

De acordo com o Censo do Ministério da Educação, as instituições privadas concentravam no ano passado 73% das matrículas, o equivalente a 4,96 milhões. Já as federais respondiam por 1,03 milhão de estudantes. Pela primeira vez, as federais ultrapassaram a marca de 1 milhão de alunos de graduação, resultado da expansão iniciada no governo Lula. O ministro admitiu, porém, que os novos campi têm deficiências e que é preciso saná-las.

De 2001 a 2011, o total de ingressantes nas faculdades brasileiras subiu 124,9%, passando de 1 milhão para 2,3 milhões. O maior salto ocorreu nas federais, com acréscimo de 145,4% no número de calouros (de 125 mil para 308 mil) na década. Mas o boom de ingressantes nas federais registrado de 2009 para 2010, quando esse número cresceu 19,2%, perdeu fôlego, subindo somente 2% de 2010 para 2011. Nas particulares, o aumento foi de 134,3% (de 792 mil para 1,8 milhão).

Os cursos tecnológicos, que respondem por 12,9% das matrículas, tiveram a maior ampliação: 11,4% em 2011.