Título: Brasil crescerá 1,6%, metade da AL
Autor: Damé, Luiza;
Fonte: O Globo, 03/10/2012, Economia, p. 29
Cepal: PIB da região avançará 3,2% no ano. Dilma critica ricos
Enviada especial
Santiago e Lima O desempenho mais fraco do Brasil, principal economia da América Latina e Caribe, vai puxar para baixo o crescimento da região. De acordo com a previsão da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), a expansão este ano será de 3,2% frente à previsão anterior de 3,7%. Já o Brasil crescerá a metade (1,6%) em 2012, e não mais 2,7% previstos no relatório anterior, em junho.
"A precariedade da economia mundial, provocada sobretudo pelas dificuldades que enfrentam Europa, EUA e China, pesou sobre o crescimento da América Latina e do Caribe, região que terá em 2012 uma expansão menor que em anos anteriores", informou a Cepal.
A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse ontem que os países desenvolvidos estão exportando a crise econômica para o resto do mundo. Ela condenou a política monetária expansionista e o protecionismo adotados pelas nações avançadas para enfrentar a crise econômica global. Falando na abertura da Cúpula América do Sul - Países Árabes (Aspa), Dilma disse que essa postura, além de não livrar os países ricos dos problemas econômicos, ainda exporta esses problemas para o mundo:
- Os chamados "afrouxamentos monetários", ao desvalorizar as moedas dos países desenvolvidos, tornam esses países artificialmente mais competitivos. O efeito cumulativo dessas políticas monetárias expansionistas, conjugadas a uma exagerada austeridade, exporta a crise para o resto do mundo e não resolve os graves problemas dos países desenvolvidos, como o desemprego galopante e a desesperança. O acesso a nossos mercados é extremamente facilitado por essas políticas de desvalorização das moedas. E um protecionismo disfarçado reduz as exportações dos nossos países em desenvolvimento - afirmou a presidente, defendendo maior intercâmbio entre latino-americanos e árabes.
Já a Cepal destacou que a desaceleração mostrada pelas economias em 2011 se prolongou para o primeiro semestre de 2012, o que provocou a redução na projeção de crescimento para o ano. Mas a comissão informou que a expansão regional foi impulsionada sobretudo pelo consumo privado, embora a crise global tenha debilitado a demanda externa, derrubando os preços de bens de exportação.
Em 2013, uma expansão de 4%
Frente a este cenário, a Cepal reduziu sua projeção de crescimento para a Argentina a 2% neste ano, ante 3,5% anteriormente, e manteve a do México em 4%. A previsão para a economia do Chile é de expansão de 5% e, para o Peru, de 5,9% em 2012. A Colômbia deve crescer 4,5%, e a Venezuela expandir 5%. Só o Paraguai registraria uma contração de 2% este ano na região, enquanto o Panamá lideraria o crescimento com 9,5%.
Para 2013, a expectativa é de que América Latina e Caribe cresçam 4%, com o Brasil se recuperando para registrar uma expansão de 4%, assim como o México.