Título: Espanha nega que pedirá ajuda financeira em breve
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Fonte: O Globo, 03/10/2012, Economia, p. 31
Principais Bolsas recuam com temor de que crise se prorrogue
Negativa. O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, com o rei Juan Carlos na cúpula
sergio perez/reuters
MADRI, RIO, ATENAS e BRUXELAS O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, negou que esteja prestes a pedir socorro financeiro para o país. Segundo o jornal espanhol "El País", em uma entrevista coletiva após uma cúpula de líderes das comunidades autônomas, ao ser perguntado se pensava em pedir ajuda ainda esta semana, Rajoy foi enfático: "não". Com relação à notícia veiculada pela agência Reuters, de que o pedido de resgate seria feito este fim de semana, Rajoy afirmou:
- Pode ser que essa agência esteja mais bem informada que eu, mas se o que eu digo serve, eu digo que não - disse ele a jornalistas.
A Reuters citava como fontes autoridades europeias.
A negativa de Rajoy puxou as principais Bolsas para baixo, devido à expectativa de que a crise continue se arrastando. Esse sentimento foi reforçado pela decisão da agência de classificação de risco Moody"s de adiar a divulgação dos resultados de sua revisão da economia espanhola. A expectativa é que o país perca o grau de investimento. A decisão da Moody"s, prevista para setembro, deve sair ainda este mês.
Londres caiu 0,19%, Frankfurt, 0,28%, e Paris, 0,60%. Já Madri fechou em alta de 1%. Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,24%, enquanto Nasdaq e S&P avançaram 0,21% e 0,09%, respectivamente.
Grécia continua a negociar
Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois de fechar em alta na segunda-feira, teve queda de 0,59% ontem, aos 59.222 pontos. Durante o dia, com a expectativa de um pedido de socorro por parte da Espanha, a Bolsa chegou a subir 0,87%.
- Se a Espanha pedir ajuda, será positivo para devolver o apetite ao risco dos investidores - disse Hersz Ferman, gestor da Yield Capital.
O dólar comercial teve ligeira alta de 0,04%, a R$ 2,027. Entre as ações mais negociadas, os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras subiram 0,84%, a R$ 22,70, enquanto Vale PNA caiu 0,26%, a R$ 35,15, e OGX Petróleo ON (ordinária, com voto) recuou 3,17%, a R$ 5,80. A maior alta foi Oi ON: 4,21%, a R$ 10,39, graças à aprovação de venda de imóveis avaliados em R$ 455 milhões.
Enquanto isso, a Grécia realizou ontem nova rodada de negociações com credores internacionais, a fim de resolver divergências sobre ¬ 2 bilhões em cortes de gastos. É preciso haver acordo antes de um encontro de ministros no próximo dia 8. Representantes dos credores, ao chegarem para as reuniões, enfrentaram protestos da população.
Já um painel apontado pela Comissão Europeia recomendou que os bancos da região separem suas unidades de investimento, que representam maior risco, a fim de preservar o sistema financeiro. ( Daniel Haidar, com agências internacionais )