Título: PMDB, PT e PR de olho nos votos de cidades que são polos regionais
Autor: Onofre, Renato
Fonte: O Globo, 13/10/2012, País, p. 4
Disputa acirrada em Duque de Caxias, Volta Redonda e Petrópolis
O controle político de três das sete cidades onde haverá segundo turno no Rio virou obsessão para PMDB, PT e PR. Conquistar Duque de Caxias, Volta Redonda e Petrópolis é fundamental para ampliar a base política na Baixada Fluminense, no Sul Fluminense e na Região Serrana, respectivamente.
Além de concentrar quase 10% do eleitorado fluminense (1.066.001 eleitores) e 12% do Produto Interno Bruto do estado (R$ 35 bilhões), as três cidades funcionam como polos regionais, e qualquer decisão numa delas impacta o entorno.
É comum ver políticos populares nessas cidades elegerem aliados em municípios vizinhos. É o caso do atual prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito (PP), que, no auge da popularidade, elegeu parentes em Mesquita e outras cidades da região.
Para a historiadora da UFF Ana de Cássia, a formação dos núcleos urbanos no início do século XX explica a importância regional dessas cidades:
- No antigo Estado do Rio de Janeiro, esses municípios eram centros de abastecimento regionais. Eram economicamente importantes para os municípios vizinhos, e qualquer decisão política influenciava toda a região. Esse panorama de poder não mudou. Nesses locais está concentrada a maior parte da renda das regiões - explica.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) escalou seu principal aliado para pedir votos nessas cidades: o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Para o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, é fundamental conquistar essas regiões:
- Além de terem grandes cidades, são municípios que, tradicionalmente, formam opiniões. São cidades que puxam as outras cidade.
O deputado federal Anthony Garotinho (PR) vai concentrar esforços e recursos em Volta Redonda. No primeiro turno, o ex-governador foi à cidade em pelo menos três ocasiões para pedir voto para o candidato do seu partido, Zoinho (PR). A interlocutores, Garotinho afirma que ganhar lá é derrotar o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que, por duas vezes, comandou a cidade vizinha de Piraí.
Apesar de São Gonçalo não ser considerada polo regional, tanto Picciani quanto Garotinho acham fundamental ganhar ali, o segundo maior colégio eleitoral do estado. Lá deverão estar, neste fim de semana, Cabral e o ex-governador, que pedirão votos, respectivamente, para Adolfo Konder (PDT) e Neilton Mulim (PR).
- A expectativa é que a eleição de São Gonçalo vire o centro deste segundo turno. Ninguém quer perder o controle de uma cidade com quase 1 milhão de habitantes - prevê o cientista político e pesquisador da UFRJ Sandro Corrêa.