Título: Pode-se mudar a logística do gás
Autor: Ordoñez, Ramona; Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 13/10/2012, Economia, p. 19

Para a diretora da ANP, gás não convencional é aposta que favorece o país

O gás de xisto pode provocar uma descentralização exploratória no Brasil, defende Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para isso, pode exigir mudanças nos leilões.

Como o desenvolvimento do gás não convencional favorece o país?

Se ele tiver condições de produção, muda-se a logística do gás. Haverá uma descentralização exploratória.

Para explorar, será preciso alterar os leilões?

Vai precisar de requisitos. O fraturamento passa a ser obrigatório, porque o reservatório é muito fechado. Também terá de se furar mais poços. É preciso, ainda, adaptar tributos (como os royalties).

O potencial desse gás pode competir com o do pré-sal?

A hipótese é que o gás do pré-sal será injetado em grande parte. Hoje, 76,5% do gás natural vêm da Bacia de Campos. Por isso, criamos diretrizes. Se houvesse gás não convencional, onde seria? Na floresta (Amazônica) não, por questões ambientais. No mar, é inviável. Restou a terra, em bacias maduras, como Parnaíba, Recôncavo e Parecis.