Título: Madeira é extraída de reserva na Amazônia
Autor: Krakovics, Fernanda
Fonte: O Globo, 19/10/2012, País, p. 8

Assentamento na área foi barrado por questões ambientais.

A extração ilegal de madeira em terras da União na Amazônia prossegue, mesmo com o recente anúncio do go­verno de que manterá vigilân­cia permanente nas áreas de proteção mais ameaçadas. Em

sobrevoo no último dia 3 de outubro, a ONG Greenpeace flagrou e documentou com fo­tos extração ilegal de madeira

na área de amortecimento da Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, a maior do país, entre os rios Xingu e Amazonas, no município de Porto de Moz, no Pará. De acordo com o Greenpeace, as terras pertencem à União e chegaram a ser alvo de um projeto de assentamento do Incra que foi barrado pela Jus­tiça Federal, justamente por fe­rir questões ambientais.

O Greenpeace ingressa hoje com pedido no Ministério Pú­blico Federal (MPF) do Pará para que a polícia investigue a exploração ilegal de madeira na área e já encaminhou co­municado ao Ministério do Meio Ambiente. No sobrevoo, o Greenpeace identificou cla­reiras de corte ilegal de árvores e documentou uma balsa gi­gantesca fazendo o transporte de toras pelo Rio Jauruçu, que corta a reserva. De acordo com a ONG, o sistema de licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente do Pará não registra autorização de exploração flo­restal na área mapeada.

— Não é uma operação de extração pequena. É enorme, com intensa movimentação de caminhões, estradas abertas e clareiras onde os cortes de ár­vores já foram feitos. Avista­mos uma balsa no rio e outras nove paradas num porto na ca­beceira do rio utilizadas para o transporte da madeira cortada — conta Danicley Aguiar, inte­grante do Greenpeace.