Título: Partidos governistas saem mais fortes
Autor: Braga, Isabel; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 28/10/2012, País, p. 6

Cenário político pós-eleição indica que legendas de oposição perdem força a cada disputa

BRASILIA O cenário político-partidário que sairá da disputa eleitoral deste ano, com a finalização do segundo turno hoje, confirma uma tendência que vem se consolidando desde a eleição municipal de 1996: crescem os partidos da coligação que está no comando central do país e perdem musculatura, a cada ano, as legenda de oposição. Nas últimas quatro eleições municipais, a maioria dos partidos, principalmente de oposição, viu reduzido o número de prefeituras que tinha, e apenas PT e PSB mantiveram o crescimento no total de prefeituras. O resultado de hoje não afeta significativamente este cenário.

De acordo com as pesquisas, a disputa chega ao dia da eleição acirrada em pelo menos seis capitais: Rio Branco (AC), Macapá (AP), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Cuiabá (MT). Em 11 capitais há candidatos liderando com folga. Os tucanos lideram em três delas - Belém, Manaus e Teresina; e o PT em outras três, São Paulo, Rio Branco e João Pessoa.

A polarização entre PT e PSDB, uma marca das últimas eleições, volta com força neste segundo turno, especialmente por causa da disputa entre o petista Fernando Haddad e o tucano José Serra. Além de 17 capitais, haverá segundo turno hoje em outras 33 cidades com mais de 200 mil eleitores.

Na leitura fria dos números, o PSDB vem apresentando uma leve e constante queda em relação ao pleito de 2000, último realizado durante o governo Fernando Henrique Cardoso - passou de 989 prefeituras para 689 até o primeiro turno deste ano. O DEM viu o número de prefeituras cair vertiginosamente no mesmo período, saindo de 1.026 para 276 na eleição deste ano. O PT aumentou de 187 para 627, e o PSB, de 133 para 435.

O cientista político Murillo Aragão, da Arko Advice, avalia:

- Há uma polarização entre PT e PSDB, principalmente em São Paulo. O PT sai forte, principalmente por causa do Lula e do bom ambiente do governo Dilma. Nunca achei que o mensalão iria afetar, porque a população avalia que é algo difuso e sistêmico.