Título: Em Macapá, PSOL está empatado com PDT
Autor: Krakovics, Fernanda
Fonte: O Globo, 28/10/2012, País, p. 23

Lula apoia prefeito pedetista; DEM e PSDB, candidato socialista

O PSOL conquistou sua primeira prefeitura, Itaocara (RJ), nesta eleição, oito anos após ser criado. Tenta repetir hoje o feito em outras duas cidades: Belém (PA) e Macapá (AP). Na capital amapaense, Clécio Luís representa o partido na disputa contra o prefeito Roberto Góes (PDT), candidato à reeleição. Pesquisa Ibope divulgada anteontem mostra que a briga está acirrada: cada um tem 44% das intenções de voto. Considerando os votos válidos, Clécio e Góes estão empatados em 50%.

Góes obteve ampla vantagem no primeiro turno -conseguiu 40,18% dos votos válidos contra 27,89% do adversário. A campanha no segundo turno uniu em torno da candidatura de Clécio partidos como o DEM e nomes do PSDB, siglas que sempre estiveram em campos opostos ao do PSOL. O apoio rachou o partido e membros da legenda -entre eles o único prefeito eleito até o momento, Gelsimar Gonz aga, além de fundadores -assinaram nota em que repudiavam a adesão de tucanos e do DEM, afirmando que o partido não merecia tal agressão.

A campanha de segundo turno no Amapá foi movimentada e até quem tinha declarado neutralidade resolveu recuar da posição. Caso do PSB que resolveu declarar apoio a Clécio. O apoio de DEM, PSB e de nomes do PSDB, mais que aprovação ao nome de Clécio, é uma tentativa de derrotar Góes. O pedetista foi preso em dezembro de 2010 em um desdobramento da Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, e solto dois meses depois.

PREFEITO JÁ FOI PRESO

Em setembro de 2010, quando a operação foi deflagrada, Góes chegou a ser preso em flagrante -foi solto logo depois -porque policiais que cumpriam mandado de busca e apreensão encontraram na guarita de vigilância, em frente à residência do prefeito, uma espingarda calibre 12 e 16 cartuchos. Góes foi denunciado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e o processo resultou em medidas restritivas, como a obrigação de se apresentar a cada cinco meses à Justiça e a proibição de se ausentar do Amapá por mais de 30 dias sem autorização da Justiça. As medidas restritivas valem até 30 de setembro de 2013, período em que o processo fica suspenso. Depois disso, o juiz declara a extinção, caso o prefeito tenha cumprido as determinações.

As medidas restritivas incluem a proibição de o pedetista frequentar bares, boates ou estabelecimento similar até 2013, exceto eventos sociais como representante do município. A defesa argumentou que, como candidato, Góes precisava comparecer a eventos e requereu autorização para isso até o final do segundo turno. O desembargador Agostino Silvério autorizou o prefeito a participar de compromissos eleitorais até amanhã.

A pesquisa divulgada anteontem, que aponta empate entre os candidatos, foi encomendada pela Rede Amazônica e realizada entre 24 e 26 de outubro, com 602 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), sob o número AP-00015-2012.