Título: TSE: organização das eleições municipais custou R$ 395 milhões aos cofres públicos
Autor:
Fonte: O Globo, 07/11/2012, País, p. 8
Recursos serão julgados antes da diplomação, garante ministra
BRASÍLIA e SÃO PAULO A organização das eleições municipais deste ano custou aos cofres públicos R$ 395,2 milhões; cada voto por eleitor saiu, em média, R$ 2,81. Segundo a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, desde que foi implantado o voto eletrônico, esse foi o menor custo de organização das eleições brasileiras.
Em relação à eleição de 2010, quando o voto, em média, custou R$ 3,86, a redução foi de 27%. Apesar da redução nos gastos, o aumento no índice de abstenção dos eleitores preocupou o TSE, que fará uma análise para tentar entender o que ocorreu.
No primeiro turno, a abstenção foi de 17,3% e, no segundo, de 19,8%. Questionada se o não recadastramento do eleitorado seria um dos motivos dessa alta abstenção, Cármen disse que é prematuro fazer essa relação. Citou outros fatores a serem analisados, como feriados próximos à eleição e o início do horário de verão:
- Como houve crescimento no índice, nós ficamos preocupados. Vamos ouvir especialistas, avaliar todos os dados para entender por que o eleitor não foi votar e tentar fazê-lo exercer o seu direito nas próximas eleições, para que ele volte a acreditar que o seu voto é o caminho da mudança.
alteração de resultados
Sobre os gastos, a presidente do TSE disse que houve um esforço da Justiça Eleitoral para baratear os custos. Segundo Cármen, um dos fatores que mais contribuíram foi a redução no número de tropas federais enviadas aos municípios. Este ano, 401 municípios receberam tropas no primeiro turno e apenas dois, no segundo. Gastou-se R$ 24,2 milhões, 38% menos do que em 2010.
Cármen disse que haverá tempo, antes da diplomação dos eleitos, em 19 de dezembro, para o TSE julgar os mais de dois mil recursos de registro de candidaturas que podem alterar o resultado das eleições em alguns municípios.
Em São Paulo, a campanha do PT, a mais cara do país, fechou com uma dívida de R$ 27 milhões. O partido espera quitá-la até o fim deste mês, prazo dado pela Justiça Eleitoral. As despesas do PT foram em torno de R$ 50 milhões. Já o PSDB não fechou a disputa no vermelho: até 26 de outubro, arrecadou R$ 33,5 milhões,e as despesas foram de R$ 32 milhões.