Título: Líderes pregam entendimento dos presidentes dos partidos
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 02/12/2012, País, p. 8
Além das dificuldades que há anos impedem a votação de uma reforma política no Congresso, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), diz que antes de qualquer votação é preciso ouvir os presidentes dos partidos:
- Temos só três semanas de votação este ano. Se votássemos um ou dois itens seria uma boa sinalização de que a Casa, enfim, começou a reforma política tão esperada. Mas o debate tem que envolver os presidentes de partidos (o que não ocorreu ainda).
Na oposição, o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), também defende debate mais amplo nos partidos:
- Dada a diversidade de opiniões sobre os temas, ou há um entendimento mínimo entre os presidentes dos cinco ou sete principais partidos, finalizando com as bancadas da Câmara e do Senado, ou será como cego em tiroteio. Vejo mais boa vontade do que chance real de votar algo. Não é fácil.
Incredulidade x otimismo
O líder do PR, Lincoln Portela (MG), é mais realista e direto, e não acredita que a empreitada de Henrique Fontana, relator do projeto, surtirá efeito este ano:
- Quem nunca sonhou já nasceu velho. Explico: Fontana pode sonhar, mas pelo momento que a Casa vive e por não haver consenso nos pontos da reforma é difícil votar ainda este ano. Vamos fazer o debate no próximo semestre.
Para Fontana, o importante é o presidente da Câmara, Marco Maia, levar o debate ao plenário:
- Os partidos e os deputados poderão se posicionar perante a sociedade. A maior parte da sociedade quer a reforma política, assim como a maioria dos deputados.
Diante de tantas dificuldades e depois de inúmeras tentativas, há quem defenda ainda uma constituinte exclusiva para tratar do tema, ou a votação de regras que só entrem em vigor em duas ou três legislaturas - ou seja, um pouco mais longe dos problemas e interesses atuais dos partidos e dos políticos.