Título: BC: mercado prevê alta do PIB este ano só de 1,27%
Autor: Bonfanti, Cristiane
Fonte: O Globo, 04/12/2012, Economia, p. 30
Pesquisa reduz também projeção de crescimento em 2013, para 3,7%
Três dias depois de o IBGE ter divulgado um avanço de apenas 0,6% da atividade econômica no terceiro trimestre, frente ao segundo, o Banco Central (BC) informou ontem que analistas do mercado reduziram a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), tanto este ano quanto em 2013. Segundo os economistas ouvidos pela pesquisa Focus do BC, a expansão do país deve recuar para 1,27% no ano, ante a estimativa de 1,5% da semana passada. Para 2013, a projeção caiu de 3,94% para 3,7%.
Mas os analistas mantiveram a estimativa para a inflação medida pelo IPCA, que ficou em 5,43% para 2012 e 5,4% para 2012, ambas acima do centro da meta do governo, de 4,5%. Para o economista Thovan Tucakov, da LCA Consultores, gerou pessimismo o resultado frustrante do PIB no terceiro trimestre - que veio abaixo da prévia do BC, que indicava crescimento de 1,15%.
Uso de cartões cresceu
Segundo ele, a projeção da consultoria para o crescimento do PIB no ano, que também está em revisão, deverá cair de 1,7% para algo próximo de 1,2%. Isso só será possível, disse o economista, se a atividade crescer pelo menos 2,5% no quarto trimestre, ante o mesmo período de 2011:
- É um crescimento factível. Embora o número do terceiro trimestre tenha vindo muito abaixo do esperado, sobretudo devido ao resultado negativo dos bancos, a demanda das famílias veio em ritmo significativo e deverá haver uma recuperação - disse Tucakov.
O boletim Focus mostrou que a produção industrial brasileira deverá ter um recuo de 2,38% no ano, maior que o previsto na semana passada, de 2,3%. Para 2013, a estimativa caiu de 4,2% para 3,82%.
Segundo o BC, o uso de meios eletrônicos de pagamento no varejo cresceu 14% em 2011. Para a autoridade monetária, o resultado refletiu uma forte influência das transações com cartões de crédito e débito, que aumentaram 16,8%. Por outro lado, o uso de cheques caiu 5%.