Título: Cabral e Casagrande pedem tranquilidade ao Congresso
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 06/12/2012, Economia, p. 35

Os governadores do Rio, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, pediram prudência e tranquilidade ao Congresso para decidir sobre o veto da presidente Dilma Rousseff no projeto de lei que trata da divisão dos royalties. Cabral afirmou ontem que, se o Congresso derrubar o veto da presidente, não vai resolver os problemas dos estados e dos municípios não produtores do país, e quebrará o Estado do Rio e seus municípios.

- A derrubada do veto não resolve o problema dos estados brasileiros, no entanto quebra o Estado do Rio de Janeiro. Não resolve os problemas dos 5.500 municípios brasileiros, mas quebra os municípios do Rio de Janeiro. Não tenho condições de governabilidade com R$ 3 bilhões a menos no orçamento em 2013 - destacou Cabral.

hora de dialogar, defendeu Cabral

Ele ressaltou que, mesmo com o veto da presidente Dilma, o Estado do Rio vai perder recursos nos novos contratos - não apenas no pré-sal, mas também no pós sal. Cabral rompeu o silêncio sobre o assunto que mantinha desde a última sexta-feira, dia em que a presidente Dilma anunciou seu veto ao projeto de lei da divisão dos royalties. O governador pediu tranquilidade e diálogo ao analisar a questão.

- É um momento de dialogar, é um momento de ponderação, reflexão. Acho que vai prevalecer a tranquilidade na discussão nesse tema. O Congresso sai vitorioso com essa Medida Provisória (da presidente Dilma), ele é atendido, apenas com esse veto parcial, que impede a alteração contratos já assinados, que eu acho legítimo. É um ato jurídico perfeito, e ninguém pode rasgar contratos no Brasil - destacou Cabral.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que o momento é de pedir racionalidade e tranquilidade ao Congresso para analisar o veto da presidente. Segundo ele, esse tem sido o tom das conversas com parlamentares, inclusive com o presidente do Senado, José Sarney, e ministros:

- A ideia é pedir racionalidade ao Congresso, que precisa analisar e avaliar com profundidade o veto da presidente. Eles (os parlamentares) precisam apreciar o parecer da presidente sobre o veto. Não pode ser uma reação com carga emocional, é preciso ter racionalidade nesse debate.

O governador do Espírito Santo disse que em conversas com os parlamentares está pedindo equilíbrio e tempo para refletir sobre o assunto, antes de tomar uma decisão de forma abrupta.

- Uma judicialização nessa matéria não interessa a ninguém. A presidente foi racional com o veto, por isso é preciso refletir e ser racional. Foi feita uma distribuição mais equânime nas futuras áreas a serem concedidas - disse Casagrande.