Título: Julgamento deve servir de parâmetro, dizem líderes
Autor: Uribe, Gustavo
Fonte: O Globo, 30/11/2012, País, p. 8
O julgamento do mensalão, que resultou na condenação de 25 dos 37 réus, quebrou o tabu da impunidade, aumentou a credibilidade da Justiça e deve ser servir de parâmetro para outros escândalos de corrupção. Esta é a conclusão de líderes oposicionistas ouvidos pelo GLOBO depois da conclusão da dosimetria das penas pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Já o PT diz que houve condenação sem provas.
- Trata-se de uma ruptura com um estágio da impunidade. Fica a esperança de que a Justiça pode derrotar a impunidade mesmo quando autoridades estão envolvidas - afirmou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
Para o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), o mensalão se insere num processo histórico de combate à impunidade de poderosos, mas não pode parar aí.
- A novidade trágica é a inclusão entre os apenados de figuras públicas de um partido (PT) que sempre esteve no combate a esta impunidade. Mas esse processo só se completa com o contínuo de julgamentos. O PT e seus aliados não inventaram a corrupção, mas a praticaram de forma contundente - disse Alencar.
O secretário de Comunicação do PT, o deputado federal André Vargas (PT-PR), afirmou que houve excessos.
- Que é histórico é, mas que cometeu excessos, também. O Supremo atendeu muito mais a pressão da opinião pública do que as regras legais, as leis. Esse excesso se demonstrou de várias maneiras. No formato do julgamento, misturando réu com foro privilegiado com outros que não deveriam ser julgados ali. O ambiente estava contaminado, foi um julgamento político - disse Vargas.