Título: Okamotto: Eu nunca o ameacei de morte
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 12/12/2012, País, p. 7

O diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que, segundo o depoimento de Marcos Valério revelado pelo jornal "O Estado de S.Paulo", teria ameaçado o operador do mensalão de morte caso denunciasse o esquema, negou ontem que o tenha pressionado. Em viagem a Paris, onde acompanhou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele afirmou que conheceu Marcos Valério após o escândalo político e se disse "tranquilíssimo" com o depoimento.

Segundo o operador do mensalão, o atual diretor do Instituto Lula teria lhe dito, em 2005, que havia pessoas no PT que achavam que ele deveria ser morto. Marcos Valério disse ainda que Okamotto o procurava por ordem do então presidente, e, em um dos encontros, teria lhe dito que, se não houvesse um entendimento, o operador do mensalão sofreria as consequências.

- Eu duvido que ele tenha dito isso. Eu nunca o ameacei de morte, ele sabe disso. Eu acho que isso é uma confusão. Ele nunca me emprestou dinheiro, nunca fez nada para mim, não tem por que ameaçá-lo - afirmou o diretor do Instituto Lula, por telefone, ao GLOBO.

Em entrevista a jornalistas em Paris, Okamotto reafirmou, mais tarde, que não ameaçou Valério. Ele confirmou já ter conversado com o operador do mensalão, mas negou ameaças.

- Eu o conheci depois do episódio do mensalão. A historia que ele contava é que tinha feito um empréstimo em nome das empresas dele para ajudar o PT e isso acabou trazendo um grande transtorno para ele. E o transtorno maior é que chegou a ser condenado - afirmou.

Okamotto avaliou que não há qualquer denúncia contra ele no depoimento do publicitário.

- Estou tranquilíssimo, primeiro, porque não há denúncia. Qual denúncia tem? Eu me sinto tranquilo - enfatizou.