Título: Nível de reservatórios volta a cair e ONS piora projeção para janeiro
Autor: Rosa, Bruno ; Justus, Paulo
Fonte: O Globo, 10/01/2013, Economia, p. 20

Instituto de Meteorologia prevê chuva em região de hidrelétricas

risco de racionamento

Rio e São Paulo Sem chuvas, o nível dos reservatórios se aproxima cada vez mais do nível de segurança. Com a piora no cenário, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já revisou para baixo o nível previsto das hidrelétricas de todas as regiões do país para o mês de janeiro, conforme informou ontem a colunista Flávia Oliveira.

O nível das represas das regiões Sudeste e Centro-Oeste chegou a 28,3% na terça-feira, pouco menor que os 28,43% do dia anterior. O número está cada vez mais próximo da margem mínima de segurança, que é de 28%. Para o mês de janeiro, a previsão, feita no último dia 3, é que o nível chegue a 33,7%. O número é menor que a estimativa feita anteriormente, em 26 de dezembro, de 39%. Porém, em uma previsão mais pessimista feita pelo ONS, o nível pode chegar a 29,5%.

No caso das represas do Nordeste, o nível também registrou queda nos dois últimos dias: passou de 30,64% para 30,2%. A região já está abaixo do nível mínimo de segurança, que é de 34%. Para o mês de janeiro, mais quedas. A estimativa caiu de 29,30% para 25,4%. Em um cenário mais pessimista, o Nordeste pode ter nível de 22,1% no dia 31 de janeiro.

Entre os reservatórios do Norte, mais recuos. Entre segunda-feira e terça-feira, o volume passou de 40,23% pata 39,9%. As represas do Norte não têm um nível mínimo de segurança, pois não estão no sistema interligado. No caso do Norte, a expectativa de armazenamento de energia caiu de 43,80% para 40,60% para o mês.

Só região Sul apresentou alta no nível dos seus reservatórios. Subiu de 41,36% para 43,4%. O nível de segurança, diz o ONS, é de 22%. Mas o ONS também revisou para baixo o nível para o fim do mês. A previsão passou de 62,20% para 57,30%. No limite inferior da previsão, o nível pode chegar a 43,9%.

Mas o cenário pode mudar, já que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuva para as próximas duas semanas na região que abriga as principais hidrelétricas do país entre o norte de São Paulo e os estados de Minas Gerais e Goiás.

O instituto ainda não sabe afirmar se a intensidade das precipitações será suficiente para compensar o período mais seco de dezembro e do início deste ano.

- Deve ter bastante chuva durante o mês de janeiro. Mas às vezes o período chuvoso fica irregular - afirma Mozar de Araújo Salvador, meteorologista do Inmet.

Em dezembro, o nível de chuva na região que abarca Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Goiás ficou abaixo da média histórica, de acordo com Salvador. A região norte de São Paulo vive situação semelhante.

Segundo o Inmet, ainda não é possível traçar uma tendência para os próximos meses em relação à região Sudeste e Centro-Oeste. O boletim do instituto apenas informa que até março são esperadas chuvas acima da média para a região Sul e abaixo da média para o Nordeste.