Título: Senador pede que Procuradoria investigue aquisição da Petrobras
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Fonte: O Globo, 22/12/2012, Economia, p. 42

Compra de refinaria nos EUA teria causado prejuízo de US$ 1 bilhão

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), ingressou ontem com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo que seja instaurada investigação sobre a compra de uma refinaria americana pela Petrobras, durante a gestão de Sérgio Gabrielli na presidência da petroleira. Segundo a representação, o negócio poderia ter gerado um prejuízo de quase US$ 1 bilhão à Petrobras.

A estatal autorizou a compra da refinaria Pasadena, no Texas, pelo valor inicial de US$ 42 milhões por uma empresa belga cujo representante comercial era um ex-funcionário da Petrobras. Posteriormente, 50% das ações da Pasadena foram repassadas para a estatal brasileira por US$ 360 milhões. Após desentendimento judicial, a empresa belga acionou a Justiça americana, que exigiu que a Petrobras comprasse os outros 50%, forçando a estatal a pagar US$ 839 milhões.

Em novembro, a Petrobras foi chamada a explicar na Câmara os gastos na aquisição. Além disso, a Procuradoria do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) também solicitou explicações à Petrobras.

A representação do senador Alvaro Dias se baseia em reportagem publicada na revista "Veja". "Segundo a reportagem, o valor investido pela estatal brasileira no negócio atingiu a cifra de US$ 1,18 bilhão (cerca de R$ 2,46 bilhões). Ao tentar vender a refinaria, a Petrobras recebeu, como única oferta, o valor de US$ 180 milhões (R$ 374,62 milhões), ou seja, pouco mais de 10% do valor investido no negócio", aponta o documento.

Com base na reportagem, a representação assinada pelo senador aponta que a refinaria era "antiquada, velha e defasada, com baixa capacidade de produção para os padrões americanos", e que não estaria preparada para processar o petróleo brasileiro. O senador pede para que sejam levantadas as responsabilidades cível, penal e administrativa no caso.

Em nota, a Petrobras esclareceu que todas as ações referentes à operação foram divulgadas por meio de comunicados ao mercado. O negócio, iniciado em novembro de 2005, envolvia um acordo com a Astra Oil para operação conjunta de comercialização e refino nos EUA. Após litígio com sócios da Astra, a estatal foi obrigada pela Justiça a comprar os 50% do sócio.