Título: Para líder petista, economia e escândalos atrapalharam
Autor: Pereira, Paulo Celso
Fonte: O Globo, 30/12/2011, País, p. 3
Além dos ministérios das respectivas áreas, que forneceram os dados oficiais, a reportagem procurou as duas Pastas que têm a tarefa de coordenação das políticas do governo, Casa Civil e Planejamento, para comentarem o balanço da primeira metade do mandato da presidente Dilma Rousseff. No entanto, nem a ministra Gleisi Hoffmann, nem a ministra Miriam Belchior quiseram se pronunciar . O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, no entanto, atribui o baixo crescimento e a dificuldade de avanços na logística a dois pontos essenciais: o cenário econômico internacional e as demissões, por suspeita de corrupção, que atingiram em 2011 o Ministério dos Transportes e os órgãos responsáveis pela execução de obras de rodovias e ferrovias. —Isso (as demissões) pegou o eixo principal do governo , na execução da ferrovias e das principais BRs do Brasil. Os problemas maiores estão exatamente nas áreas de infraestrutura pesada, onde enfrentamos mudanças de comando . Ao mesmo tempo , o cenário internacional é decisivo, porque caiu muito a nossa relação de investimento externo . Tem um problema que é dinheiro circulando . Não somos uma ilha.
Quando o governo faz isenção de IPI, eu consigo manter nível de emprego , mas também tir o dinheiro de estados e municípios que são investidores locais. PIB não cresce pela União, cresce em cada local — defendeu. O senador faz uma ressalva em relação às políticas públicas de educação e saúde, onde as metas de expansão ficaram aquém do prometido. Segundo ele, como são áreas em que o governo depende dos estados e municípios, as promessas precisam ser melhor pensadas antes de serem feitas: —Quando fiz ermos a promessa temos de procurar saber qual a nossa capacidade de garantir a execução . Salvador , por exemplo, tinha a possibilidade de ter feito várias UP As e mais de cem creches, mas isso não aconteceu. E a culpa foi mais do município que da União .