Título: Bahia e Pará têm as unidades com mais problemas
Autor: Bruno, Cássio; Furtado, Victor; Lucas, Natalia
Fonte: O Globo, 21/01/2013, País, p. 3

O Brasil tem 23 arquivos públicos, segundo Luter Gonçalves, diretor do Arquivo Público do Piauí e presidente do Fórum Nacional de Arquivos Públicos (Conarq). Ele informa que as situações mais graves ocorrem nos arquivos da Bahia, em Salvador, o mais antigo do país, e do Pará, em Belém.

Qual o estado dos arquivos públicos no Brasil?

Uns estão muito bem, e outros, muito ruins. O Arquivo Público de São Paulo é o maior do Brasil, tem um prédio muito bonito. O do Rio está muito próximo do Arquivo Nacional e tem suas facilidades. Nós enfrentamos no Nordeste muitas dificuldades. O da Bahia funciona juntamente com uma fundação e está com problemas de energia, entre outros. É o mais antigo do Brasil. Lançamos um movimento no Fórum Nacional de Arquivos Públicos tentando ajudar essas unidades.

Quais as dificuldades nas demais regiões?

O do Pará tem problemas porque não tem prédio. Tem o arquivo funcionando, mas não tem o prédio. Ele funciona precariamente em algumas repartições. Nós temos problemas em muitos outros arquivos pequenos.

Quais os principais problemas no Arquivo Público do Rio?

No Rio existem 72 quilômetros lineares de documentos para serem recebidos e para serem arquivados no Arquivo Público, mas não há espaço. São muitos documentos para pouco espaço, e a solução seria a digitalização. Essa discussão nós tivemos na reunião do Conarq, em dezembro. É preciso maior interesse na digitalização. Não se tem espaço para arquivar tantos documentos.

Quais os outros problemas?

Em alguns estados, não há arquivos públicos. Na Paraíba, existem dois cursos de Arquivologia, e não tem arquivo. Funciona a boa vontade de alguns órgãos, pois não há um arquivo-sede, não há um prédio. Nossa preocupação é que sejam criados arquivos em todos os estados.