Título: TSE determina nova eleição em 17 municípios
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Fonte: O Globo, 22/01/2013, País, p. 5

Número ainda pode aumentar após análise de 33 processos de cassação pela Justiça.

Três meses após as eleições municipais, eleitores de 17 cidades terão que voltar às urnas até abril para escolher novamente seus prefeitos e vices, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número poderá aumentar, já que a Justiça Eleitoral está analisando outros 33 processos de cassação. Com quatro cidades cada, Minas Gerais e Santa Catarina lideram o ranking de eleições fora de época.

Com a indefinição política, algumas cidades estão sendo governadas interinamente pelo presidente da Câmara Municipal. Em Guarapari (ES), o prefeito Edson Magalhães (PPS), reeleito, não teve os votos computados. Ele foi preso no último dia 15 pela Operação Derrama, que desmantelou um esquema de desvio de dinheiro público envolvendo outros sete ex-prefeitos do estado.

Mesmo na cadeia, Magalhães é o principal cabo eleitoral do candidato favorito à eleição, Orli Gomes (DEM), seu ex-companheiro de chapa. A campanha recomeçou na sexta-feira, com a propaganda eleitoral na TV e no rádio. Gomes distribuiu panfletos com a imagem do prefeito preso segurando seu braço. A nova eleição será em 3 de fevereiro.

Em Erechim (RS), os reeleitos Paulo Polis (PT) e Ana de Oliveira (PMDB) foram condenados por abuso de poder econômico em função de uma propaganda eleitoral considerada extemporânea. Com recursos públicos, custearam a publicação de um anuário com elogios à administração, numa revista da cidade. Mesmo com nova disputa marcada para 3 de março, a eleição poderá ser cancelada a qualquer momento porque os advogados do prefeito cassado ainda esperam a decisão de um recurso. Além disso, o único candidato da oposição, o ex-prefeito Luiz Francisco (DEM), sofre um processo de impugnação de mandato movido pelos petistas, que o acusam de ter ficha suja.

Em Biquinhas (MG), um suposto namoro impediu que Arisleu Ferreira Pires (PSDB) assumisse a prefeitura pela quarta vez. O TSE entendeu que Arisleu vive em união estável com a tucana Walquíria Silva. No intervalo entre os governos de Arisleu (de 2004 a 2008), Walquíria foi a prefeita. Ela negou a relação e disse ser apenas comadre do prefeito. A lei diz que cônjuges são inelegíveis "no território e jurisdição do titular".