Título: Herzog: OEA vai receber novos documentos
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 23/01/2013, País, p. 7
O novo atestado de óbito de Vladimir Herzog e documentos que relacionam eventual colaboração de autoridades - como o atual presidente da CBF, José Maria Marin - à morte do jornalista serão incluídos em informe a ser anexado por organizações civis a processo que tenta responsabilizar o Brasil pela falta de investigação das circunstâncias em que ele foi morto, em 1975. O caso tramita no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que, em novembro, decidiu pela admissibilidade do pleito e não aceitou argumentos apresentados pelo governo brasileiro para tentar obstruir a ação, segundo divulgou ontem o Cejil (Centro pela Justiça e o Direito Internacional), um dos signatários do pleito.
Deputados estaduais pela Arena, em 1975, Marin e Wadih Helu discursaram na Assembleia Legislativa de São Paulo cobrando providências a respeito da presença de comunistas na TV Cultura, dirigida por Herzog na época. As manifestações ocorreram dias antes da prisão do jornalista.
O filho de Vladimir, Ivo Herzog, criticou o fato de Marin ser o anfitrião da Copa do Mundo de 2014:
- (Ele é) um fruto da ditadura, um cara que se fez confraternizando com aqueles que estavam matando, assassinando e torturando.
Por meio de sua assessoria, Marin informou que "nunca mencionou o nome de qualquer pessoa em seus discursos". Em entrevistas recentes, classificou o caso como uma "infâmia" e alegou sempre ter sido conhecido "pela conciliação, pela concórdia e pela tolerância".