Título: Comércio e indústria recebem bem redução na alíquota
Autor: Bôas, Bruno Villas
Fonte: O Globo, 19/01/2013, Economia, p. 23

Há receio, porém, na forma como a nova regra será implementada pelo governo

SÃO PAULO A extensão da renúncia fiscal sobre a folha de pagamento para todos os setores da economia, anunciada pelo governo federal na quinta-feira, foi bem recebida por representantes da indústria e do comércio. A forma como a medida será implementada, no entanto, gera dúvidas, principalmente para o comércio, setor para o qual a substituição da contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento por uma alíquota de 1% a 2% do faturamento bruto pode não compensar.

- Uma alíquota que pode ser boa para a média das empresas nem sempre é boa para todas as empresas. Por isso, defendemos que a desoneração seja optativa e não imposta a todas as empresas - afirma Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio).

Fiesp: é preciso calibrar alíquota

O assessor econômico da Fecomercio estima que, para o varejo como um todo, uma alíquota de 1% sobre o faturamento bruto ficaria muito próxima, talvez um pouco acima, da carga tributária atual paga com a contribuição previdenciária. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, também diz que é preciso tomar cuidado com a alíquota média.

- É preciso saber como fica o pessoal das pontas, para quem uma alíquota de 1% representaria um aumento da carga tributária - afirma Amato.

Para José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de Competitividade da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o desafio para o governo será exatamente saber como calibrar a alíquota, a fim de que as empresas intensivas em capital não sejam prejudicadas. Até agora, lembra Coelho, as alíquotas utilizadas foram destinadas a setores que são intensivos em mão de obra, para os quais o custo trabalhista tem mais peso sobre o faturamento.