Título: Dilma: o pior da crise na Europa já passou
Autor: Oliveira, Eliane; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 25/01/2013, Economia, p. 24

Após participar da reunião de cúpula Brasil-União Europeia (UE), a presidente Dilma Rousseff disse ontem que a pior fase da crise econômica enfrentada pelos países europeus já passou. Dilma acrescentou que, a partir das conversas que manteve com os dirigentes do bloco, a expectativa é que o cenário apresente uma melhora ainda em 2013.

- Pudemos ouvir uma avaliação melhor, tanto do ponto de vista das perspectivas das economias americana, chinesa e também da própria evolução da situação econômica da União Europeia, onde há uma generalizada percepção que a pior parte ficou para trás - enfatizou Dilma, ao lado do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. - Este ano de 2013 apresenta uma situação melhor no que se refere ao cenário internacional.

Rompuy também mostrou otimismo. Segundo ele, a zona do euro já não está mais ameaçada de extinção, e agora o que se discute é como acelerar a recuperação das economias.

Dilma destacou o relançamento das negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e UE, que serão retomadas nos próximos dias. E lembrou que o Brasil é o quarto principal destino dos investimentos da UE.

A presidente aproveitou para pedir apoio à candidatura do Brasil à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), revelou uma fonte que participou da reunião de cúpula. O governo brasileiro lançou como candidato o atual embaixador na OMC, Roberto Azevêdo, que concorre com outras oito pessoas, nenhuma delas europeia. A UE ainda não se manifestou sobre quem gostaria de ver à frente da OMC. A proposta brasileira está voltada para o desenvolvimento das economias menos favorecidas e o relançamento da Rodada de Doha, para liberalização do comércio.

Dilma ainda assinou dois acordos com a UE, um em agricultura, de estudos e treinamento para o bem-estar animal, e outro sobre cooperação científica, que prevê cem bolsas de estudo de doutorado e pós-doutorado em oito centros de pesquisa europeus.