Título: Integração regional foi tema de encontro
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 27/01/2013, País, p. 9

Presidentes discutem enfrentamento da crise internacional

-Santiago (chile)- O encontro no Chile reúne 47 pessoas. Na declaração à imprensa, logo após o encontro com Pinera, Dilma destacou a importância da reunião Celac-UE para o enfrentamento da crise econômica internacional.

—Os dois encontros têm, neste momento que nós vivemos, uma importância histórica. Têm vantagens evidentes, porque num mundo altamente globalizado e um mundo que vive uma conjuntura em que os temas da integração e da integração regional e do enfrentamento às dificuldades que as crises nos países desenvolvidos lançaram sobre o mundo, essa cooperação interregional, ela passa a ser um elemento fundamental para a superação e para a construção de um mundo que cresce, que distribui renda e que beneficia as suas populações — afirmou.

A integração regional foi um dos temas que ocupou boa parte da conversa com Pinera. Os dois trataram da integração da infraestrutura do Chile e do Brasil, a partir de um corredor interoceânico, conectando Brasil e Chile com a Ásia. O presidente chileno, segundo Dilma, pegou mapas para mostrar como isso será possível.

—Nós discutimos longamente, numa reunião de trabalho, essa interligação que torna a nossa fronteira, todos os portos do Brasil, Santos, Paranaguá, e todos os portos chilenos fronteiriços. Essa amizade sem limites vira, agora, uma amizade sem fronteiras também. Esse corredor interoceânico rodoviário e o corredor interoceânico ferroviário ligam dois elementos fundamentais do comércio do mundo: o comércio do Atlântico e o comércio do Pacífico que, obviamente, interage com a Ásia — argumentou.

Para Dilma, Chile e Brasil, "mesmo diante de todas as dificuldades" da economia mundial, mantiveram uma relação comercial importante e estratégica. A presidente disse que o Chile é "um grande parceiro comercial" do Brasil, com muitos investimentos no país.

—Nós temos tido relações comerciais que, diante da situação e da conjuntura, são bastante significativas, mas fica claro que nós podemos mais e, do ponto de vista do Brasil, os grandes investimentos que as empresas chilenas fazem no Brasil são muito bem-vindos, e empresas brasileiras também estão aqui no Chile — afirmou.

A presidente disse ainda que os dois países evoluíram nos últimos anos, combinando crescimento e distribuição de renda:

—Eu creio que faz com que nós nos situemos num patamar diferenciado, se nós compararmos a nossa situação agora com o passado.