Título: DF terá fábrica da Sanofi
Autor: Verdini, Liana
Fonte: Correio Braziliense, 20/10/2009, Economia, p. 14

Maior laboratório farmacêutico da Europa vai investir R$ 100 milhões no Brasil e construir indústria de anticoncepcionais no Distrito Federal

Mogi das Cruzes (SP) ¿ O laboratório Sanofi-aventis anunciou ontem investimentos de US$ 45 milhões na construção de uma fábrica da Medley em Brasília. A construção da nova planta começará no início de 2010 com uma capacidade para produzir anualmente mais de 50 milhões de caixas de anticoncepcionais genéricos, cada uma com 28 comprimidos. A empresa ainda está calculando o número de empregos a serem gerados com este novo investimento. Somando as atuais plantas de Suzano, Campinas e Sumaré ¿ todas em São Paulo ¿ a área industrial tem capacidade de produção superior a 450 milhões de unidades por ano.

De acordo com Christopher Viehbacher, diretor mundial do grupo Sanofi-aventis, que faz sua primeira visita ao Brasil, a produção atenderá o mercado brasileiro, mas a intenção é, futuramente, exportar o medicamento para outros países da América do Sul. A unidade deverá entrar em operação em 2012.

A fábrica estava no portifólio de investimentos da Medley antes mesmo de ser comprada pela Sanofi, em abril deste ano, como afirmou Heraldo Marchezini, diretor-geral da Sanofi-aventis no Brasil. ¿O que fizemos foi ampliar o projeto original¿, disse. A Medley não tem produção de anticoncepcionais genéricos, já que a legislação autorizando a fabricação desse tipo de medicamento é recente. Mas o fato é que a Sanofi espera abocanhar uma parcela expressiva desse mercado, o terceiro maior do país, com um volume de vendas de 500 milhões de euros (R$ 1,27 bilhão) por ano.

Investimentos

Para os próximos três anos, a Sanofi-aventis pretende aplicar outros US$ 55 milhões nas unidades da Medley em Campinas e em Suzano, totalizando US$ 100 milhões de investimentos. Isso, apesar de a operação de compra da Medley estar em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça. ¿Assinamos um acordo provisório de reversibilidade da operação (Apro) no qual nos comprometemos a manter os registros separados de todas as operações relativas a seis mercados¿, explicou Marchezini. ¿Agora, estamos esperando o julgamento do processo de aquisição¿.

Na avaliação da Sanofi-aventis, o mercado de genéricos é estratégico para garantir o bom desempenho do grupo, o quarto maior no mundo. ¿Os investidores estão analisando detalhadamente o setor farmacêutico por causa da liberação de patentes a partir de 2012¿, disse Viehbacher. ¿E a maioria da indústria baseia-se em produtos patenteados, com foco nos Estados Unidos e na Europa, mercados já consolidados. Nós não estamos buscando preencher uma lacuna para 2012. Queremos ter um crescimento sustentável, por isso estamos investindo na Medley¿.

A estratégia do laboratório é diversificar seu portifólio de produtos que, com a compra da Medley, ficou bem distribuído: 41% de genéricos sem marca, 12% de genéricos de marca, 43% de remédios de marca não patenteados e 4% de remédios patenteados. ¿Acredito que estaremos no topo da indústria nos próximos cinco anos. Investimos em vacinas e em genéricos. Estamos bem posicionados¿, concluiu.

A repórter viajou a convite da Sanofi-aventis

Perfil Presença no Brasil

O Grupo Sanofi-Aventis, sediado na França e presente em mais de 100 países dos cinco continentes, é o maior da Europa e um dos principais do mundo. Em 2008, realizou vendas de 27,6 bilhões de euros (R$ 70,1 bilhões). Está no Brasil desde o final dos anos 1950, sendo que sua fábrica em Suzano (SP) é a maior unidade industrial do grupo no mundo e vem se firmando como plataforma exportadora para o continente latinoamericano. Com 6,22% de participação de mercado em valores, a Sanofi-Aventis do Brasil é uma das principais indústrias farmacêuticas do país, com pouco mais de 2,2 mil empregados.

Avaliação da GVT

A GVT informou que o grupo francês Vivendi concluiu ¿de forma satisfatória a diligência legal¿, ou análise de ativos, da empresa e que autorizou sua diretoria a ¿realizar uma oferta para a aquisição de ações¿ da empresa que atua na telefonia fixa do Distrito Federal e de estados brasileiros.

Em fato relevante publicado ontem, porém, a companhia brasileira de telecomunicações não deixou claro se está se referindo à oferta de R$ 42 por ação anunciada em meados de setembro pela Vivendi, em acerto feito com grandes acionistas da GVT, ou se o valor pode equivaler a uma nova proposta. Essa suposição existe no mercado porque a Telefônica anunciou que se dispõe a pagar R$ 48 por ação.

Disputa

¿A companhia informa que não possui conhecimento se a Vivendi realizará a referida oferta, ou caso alguma oferta seja realizada, quais seriam os seus termos e condições¿, divulgou a GVT.

As ações da GVT encerraram a segunda-feira cotadas em R$ 49,80 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), acima do preço oferecido pela Telefônica e embutindo expectativas de que a Vivendi poderá melhorar sua proposta.