Título: Corregedoria, o cargo que ninguém quer
Autor: Braga, Isabel; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 02/02/2013, País, p. 4

O PSD, partido que, segundo definição de seu próprio presidente, Gilberto Kassab, não é nem de esquerda, nem de direita e nem de centro, não quer ter problemas com a categoria política. Ontem, para atender a uma exigência do PSD, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidiu tirar a Corregedoria da Casa da 2ª vice-presidência, que será ocupada por um deputado da nova legenda - o deputado Fábio Faria (RN), que ficou conhecido no caso da "farra das passagens". A Corregedoria é um dos órgãos da Câmara encarregados de investigar denúncias contra os deputados.

Agora a Corregedoria ficará sob a responsabilidade da 3ª secretaria, vaga que caberá ao PR, partido do deputado Valdemar Costa Neto (SP), um dos condenados no julgamento do mensalão. A tendência, no entanto, é que o novo comando da Câmara, que será eleito segunda-feira, transforme a Corregedoria em órgão autônomo, sem ligação com os cargos da Mesa - o que pode significar seu esvaziamento.

A três dias da eleição do novo presidente da Câmara, as negociações em torno dos cargos criaram embaraço e deixaram de fora um eterno integrante da Mesa: o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que é chamado carinhosamente pelos colegas de "deputado guardanapo", porque vem ocupando, desde 2003, ininterruptamente, um dos cargos da Mesa.