Título: Morre 238ª vítima do incêndio na boate Kiss
Autor: Araújo, Vera
Fonte: O Globo, 06/02/2013, País, p. 11
Após nove dias, dono de danceteria tem alta e é transferido para prisão
Um dos primeiros feridos no incêndio da boate Kiss transferido de Santa Maria para Porto Alegre, Pedro Almeida morreu ontem à tarde, na Santa Casa de Misericórdia. Ele estava internado na UTI da unidade. Pedro é a 238ª vítima da tragédia.
Vendedor de uma loja desde dezembro do ano passado, Pedro havia estudado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde se formou em técnico de informática. Ele era casado com Natane Ribeiro, com quem estava na boate. Natane continua internada no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.
Também ontem, depois de nove dias internado, um dos sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, teve alta do Hospital Santa Lúcia, em Cruz Alta, e foi levado para um presídio. Os médicos haviam pedido ao juiz Ulisses Lozado, da 2ª Vara Criminal de Santa Maria, que ele não fosse transferido para o presídio da cidade e, sim, para uma penitenciária em Ijuí, a 173 quilômetros de Santa Maria.
Por volta das 19h, Kiko deixou o hospital em um carro descaraterizado e foi levado para delegacia de Cruz Alta. De acordo com a delegada Lylian Carús, o sócio da Kiss foi levado para uma outra delegacia, onde prestaria um novo depoimento.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou, por volta das 20h, que ainda estava definindo o local para onde Kiko seria levado.
Kiko, o seu sócio na boate, Mauro Hoffmann, e os integrantes da Banda Gurizada Fandangueira Luciano Bonilha e Marcelo Jesus dos Santos tiveram a prisão temporária prorrogada por 30 dias porque o juiz entendeu que eles assumiram os riscos de causar as mortes na boate.
Em Brasília, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que vai cobrar dos donos da boate Kiss o ressarcimento de benefícios previdenciários que o poder público vai pagar às famílias das vítimas do incêndio. Primeiro, o INSS pagará o benefício a quem tem o direito. Depois, a Advocacia Geral da União (AGU) vai cobrar na Justiça dos donos do estabelecimento, com base na responsabilidade deles pelo evento, os gastos do Estado.