Título: Dívida pública federal recua 4%, mas deve voltar ao patamar dos R$ 2 tri em breve
Autor: Bonfati, Cristiane
Fonte: O Globo, 26/02/2013, Economia, p. 20

Depois de ultrapassar pela primeira vez a marca de R$ 2 trilhões no fechamento do ano passado, a dívida pública federal caiu 4,1% e ficou em R$ 1,9 trilhão em janeiro. Esse foi o primeiro recuo desde agosto no volume de recursos que o governo toma emprestado para financiar as necessidades do país, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, a queda no estoque da dívida ocorreu devido ao volume de vencimentos em patamar bem acima das emissões feitas pelo governo. Enquanto os resgates alcançaram R$ 123,75 bilhões, as emissões da dívida pública ficaram em R$ 25,58 bilhões, o que levou a um resgate líquido de R$ 98,2 bilhões.

Apesar dessa queda, o governo espera que a dívida volte a ultrapassar R$ 2 trilhões. De acordo com o Plano Anual de Financiamento 2013 (PAF), terminará o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,4 trilhões. Isso significa que o endividamento federal em títulos públicos terá um crescimento mínimo de 4,5% e máximo de 11,6%.

Embora o governo venha sustentando uma melhora no perfil da dívida pública, com custos menores e prazos mais longos de vencimento, em janeiro, a participação dos papéis prefixados, com correção determinada no momento do leilão, caiu de 40% para 36,67%. O coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, observou, no entanto, que esse era um movimento esperado, devido ao grande número de papéis com vencimento no início do ano. O governo quer que os prefixados terminem 2013 com uma fatia entre 41% e 45% do total.

- Nos meses de janeiro, abril, julho e outubro, temos vencimento desses títulos prefixados. A participação (desses papéis) tende a cair para se recuperar depois - afirmou.

Garrido disse que o Tesouro está avaliando condições de mercado para decidir sobre uma nova emissão externa. Segundo o coordenador, o mercado internacional tem oscilado nas últimas semanas, mas o desempenho dos títulos brasileiros tem sido satisfatório.