Título: Depois do caixa dois, luta por financiamento público
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 28/02/2013, País, p. 7

Após reconhecer que lançou mão de caixa dois na campanha eleitoral de 2002, o PT dará início, na reunião do Diretório Nacional, amanhã em Fortaleza, a uma grande mobilização para reunir 1,5 milhão de assinaturas e apresentar uma proposta de emenda constitucional, de iniciativa popular, para implantar o financiamento público de campanhas eleitorais. A proposta petista terá lista fechada para a eleição de deputados; simplificação da realização de plebiscitos e referendos; e ampliação da participação feminina na política.

Para os petistas, o financiamento público tornaria as campanhas mais equânimes, reduziria os custos e dificultaria a corrupção. O presidente do PT, Rui Falcão, fez ontem mea culpa sobre o mensalão, reduzido pelo partido a um escândalo de financiamento de campanha, e não um esquema de compra de apoio político no Congresso, como decidiu o Supremo Tribunal Federal no julgamento.

- Ao longo desses 33 anos o PT cometeu mais acertos do que erros. Todo partido está sujeito a falhas e uma delas, no nosso caso, foi usar recursos não contabilizados - disse Falcão, após participar de ato de comemoração do aniversário do PT, na Câmara. - Foi um erro termos repetido uma prática que era corrente em outros partidos.

O presidente do PT afirmou que o partido vai lançar uma campanha pela reforma política. O tema está há anos na pauta do Congresso, mas não consegue avançar porque há divergências entre os partidos quanto ao modelo.

- Queremos o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais para baixar os custos, acabar com a corrupção e para evitar o peso do poder econômico - disse Falcão.

O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), defendeu ontem o financiamento público para moralizar as campanhas eleitorais:

- Não tem como acabar com o caixa dois sem o financiamento público.