Título: Embraer vence concorrência nos EUA
Autor: Justus, Paulo
Fonte: O Globo, 28/02/2013, Economia, p. 24

Depois de mais de um ano de disputa, a Embraer finalmente foi declarada a vencedora de concorrência para fornecer aviões para a Força Aérea dos EUA. O contrato, no valor de US$ 427 milhões, inclui 20 aeronaves de apoio aéreo tático, equipamentos para treinamento de pilotos no solo, peças de reposição e apoio logístico. Os modelos Super Tucano serão fabricados em Jacksonville (Flórida), em parceira com a Sierra Nevada Corporation (SNC), e serão usados em missões de apoio às forças que estão no Afeganistão.

A informação da vitória foi dada em primeira mão pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, ao ministro da Defesa, Celso Amorim. O ministro comunicou o fato à presidente Dillma Rousseff, que considerou o resultado da licitação uma demonstração da capacidade da indústria aeronáutica nacional.

- Isso certamente vai abrir muitas novas portas para um projeto bem-sucedido, que já demonstrou ser exitoso no país e em outras partes do mundo - afirmou Amorim.

Uma integrante do governo brasileiro declarou à Reuters que o resultado da concorrência aberta pelos EUA pode representar um "desdobramento muito positivo" para a Boeing na disputa por um contrato bilionário da compra de 36 caças por parte do governo brasileiro. A Força Aérea deve desembolsar entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões na compra das aeronaves. Além dos americanos, por meio da Boeing, participam ainda da concorrência a Rafale (França) e a Saab (da Suécia).

A Embraer havia sido declarada vencedora da licitação no começo do ano passado, mas o processo foi suspenso depois que a sua rival, a Hawker Beechcraft (HB), contestou a decisão do governo americano.

Na segunda concorrência aberta, a Embraer se beneficiou da experiência comprovada do seu avião em operações de contrainsurgência. Em comparação, o modelo AT-6, da HB, só tinha sido usado até então em operações de treinamento.

- Esta escolha confirma que o A-29 Super Tucano é a aeronave mais efetiva para as operações LAS (apoio aéreo leve) - disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.