Título: Campos diz que é hora de dinamizar economia, e não de montar palanque
Autor: Bruno, Cássio
Fonte: O Globo, 02/03/2013, País, p. 3

Em sua primeira manifestação após ter sido bombardeado pelo PT e por correligionários em suas pretensões de ser candidato à Presidência da República em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), avisou que não admite ser "atropelado" e ainda ironizou a antecipação do processo sucessório pelo governo.

- O ano de 2013 não é para montar palanque, mas montar canteiro de obra para dinamizar a economia - disse Campos, no que pode ser entendido como uma farpa ao governo diante do fraco crescimento de 0,9% do PIB de 2012, anunciado ontem pelo IBGE. - É momento de se unir o país. Respeito a posição de cada um sobre a oportunidade, a situação. Mas nunca vi quem está no governo, sobretudo em momento de dificuldade, antecipar o calendário eleitoral - acrescentou.

Campos pediu aos que insistem em antecipar a posição que adotará em 2014 que respeitem o "fuso horário" do PSB. Garantiu, no entanto, que seu partido "estará em 2014" e "fazendo o jogo do Brasil".

- Nossa opinião sobre o país continua a mesma. Entendemos que é hora de cuidar do Brasil, porque tivemos um 2011 pior do que 2010, e um 2012 pior do que 2011. Este momento carece de todas as forças, um olhar responsável para ganhar 2013. Ou seja, um olhar de convergência sobre o Brasil. Vamos deixar para 2014 o debate que o Brasil vai fazer de forma natural - afirmou.

Em Fortaleza, onde participou da reunião do Diretório Nacional do PT, o ex-presidente Lula disse que não pretende romper com qualquer aliado, mas mandou recado aos que começam a discutir voos solo.

- Há um planejamento estratégico de tolerância e paciência. De entender que, se alguém quiser romper conosco, que rompa. Nós não queremos romper com ninguém, o que nós queremos é fortalecer. Só que não podemos impedir as pessoas de fazer o que é de interesse dos partidos políticos. O ideal é que a gente consolide as forças políticas que estão ajudando este país a mudar, como está mudando - disse Lula.

Pouco depois, no entanto, Lula fez elogios a Campos.

- O Eduardo Campos é uma personalidade que pode desejar qualquer coisa que ele quiser, e o meu papel é fazer todo o esforço para que a gente esteja junto. Temos que construir uma aliança forte - disse Lula.