Título: ONU aprova sanções contra Coreia do Norte
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Fonte: O Globo, 08/03/2013, Mundo, p. 36

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem o endurecimento das sanções comerciais e financeiras contra a Coreia do Norte, em resposta ao teste nuclear realizado pelo país asiático no dia 12 de fevereiro. A decisão unânime dos 15 integrantes do conselho limita transferências de dinheiro e proíbe a exportação de artigos de luxo para o país - a ação tem como alvo a elite da burocracia estatal, já que a população não tem acesso a esse tipo de produto.

As sanções são resultado de três semanas de negociações, especialmente entre Estados Unidos e China, principal aliado do governo norte-coreano. Os chineses têm poder de veto no conselho (como EUA, Reino Unido, Rússia e França) e poderiam inviabilizar a medida.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que foi ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, saudou a resolução, afirmando em nota que a decisão "manda um recado inequívoco (à Coreia do Norte) de que o mundo não tolerará o desenvolvimento de armas nucleares".

Já o representante da China na ONU defendeu a "completa implementação" das sanções.

Mais cedo, o governo da Coreia do Norte havia ameaçado os Estados Unidos com um "ataque nuclear preventivo". O regime de Pyongyang acusa os americanos de usarem exercícios militares na vizinha e rival Coreia do Sul como plataforma de lançamento de uma guerra nuclear. O governo ameaça voltar atrás no armistício de 1953, que marcou o fim da Guerra da Coreia e a divisão do país em dois.

A Coreia do Norte tem ameaçado os EUA e a Coreia do Sul quase diariamente. À agência de notícias oficial do regime, um porta-voz do Ministério do Exterior norte-coreano argumentou: "Já que os EUA estão em vias de iniciar uma guerra atômica, exerceremos nosso direito de realizar um ataque nuclear preventivo contra os quartéis-generais do agressor, protegendo nossos interesses."

No dia 12 de fevereiro, a Coreia do Norte realizou um terceiro teste nuclear, desafiando resoluções da ONU, e anunciou progressos na obtenção de um arsenal atômico funcional.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte disse ainda que a ação militar pode ocorrer até dia 11, quando os exercícios conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul devem chegar à escala máxima.