Título: Tolerância abaixo de zero para violência contra mulher, diz Dilma
Autor: Alencastro, Catarina; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 14/03/2013, País, p. 6

Ao anunciar uma nova política para as mulheres, ontem, a presidente Dilma Rousseff pregou a "tolerância abaixo de zero" à violência contra a mulher. O programa Mulher: Viver sem Violência receberá investimentos de R$ 265 milhões e contará com a criação de 27 centros integrados de atendimento à mulher.

- Queremos que esse país seja um país com tolerância abaixo de zero (em relação à violência contra mulheres). Esse crime envergonha a sociedade e as famílias. Ter tolerância zero significa combater todas as formas de violência, desde aquelas mais abjetas, como a violência doméstica e o estupro, até outras com conteúdos mais disfarçados, porém igualmente dolorosos e igualmente inadmissíveis, como a discriminação no trabalho, no salário, a educação discriminatória e, sobretudo, a baixa estima decorrente da violência - afirmou Dilma.

Na presença de Maria da Penha, vítima de violência que motivou a criação da lei que prevê prisão em flagrante a agressores, Dilma ainda afirmou que seu governo foi o que mais fez pelos direitos das mulheres.

promessa: centros em capitais

O plano prevê a construção de centros, chamados Casas da Mulher Brasileira, em todas as capitais brasileiras até 2014. Essas casas reunirão atendimento jurídico, apoio psicológico e abrigo para as vítimas de violência. Os centros também contarão com brinquedoteca para os filhos das vítimas e orientação sobre emprego e renda. Por meio do disque 180, as vítimas serão encaminhadas pelo Samu a hospitais ou serão socorridas pela polícia militar. As casas de atendimento terão veículos (de três a sete) para oferecer transporte a quem precisa.

Cada centro custará em média R$ 4,3 milhões e terá capacidade para atender até 6 mil mulheres por mês. O governo federal assumirá os gastos com a construção e manutenção das casas, mas os estados têm que fornecer pessoal. A primeira Casa da Mulher Brasileira deve ficar pronta em três meses, promete o governo.

Além dos centros, novos espaços serão criados especificamente para acolher vítimas de estupro nos hospitais e Institutos Médicos Legais (IMLs).