Título: Pnud destaca avanço de países emergentes
Autor: Carneiro, Lucianne
Fonte: O Globo, 15/03/2013, Economia, p. 28

Os avanços econômicos e sociais dos países em desenvolvimento foram um dos pontos de maior destaque no relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Brasil, China, Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia foram citados como exemplos de avanço.

O documento mostra que, pela primeira vez em 150 anos, as economias de Brasil, China e Índia praticamente se igualam às das tradicionais potências do Norte: Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos. Em 1950, os três emergentes representavam 10% da economia mundial, enquanto os países industrializados geravam 50%. Agora, as projeções indicam que até 2050, só Brasil, China e Índia vão responder por 40% de todo o Produto Interno Bruto (PIB).

- O Brasil é mencionado muitas vezes e é considerado um dos atores principais do desenvolvimento no mundo. É reconhecido com um país que tem mudado seu padrão histórico em muito pouco tempo - diz Jorge Chediek, representante do Pnud no Brasil mundial.

Como razões para o sucesso são citadas medidas contrárias ao Consenso de Washington, receituário que prevê, entre outras coisas, controle de gastos públicos e interferência mínima dos governos na economia. As ações elogiadas pelo Pnud mostram um Estado proativo, como no caso dos investimentos brasileiros na agricultura e indústria, principalmente nos setores que estiveram nas mãos do governo em algum momento, como o siderúrgico e a aeronáutica, que deu origem à Embraer. Outra ação vista como positiva foi a maior participação dos emergentes no comércio mundial. Também foram elogiadas as políticas sociais inovadoras, tendo como exemplos o Bolsa Família e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Luiz Carlos Prado, especialista em economia internacional da UFRJ, concorda que os indicadores dos chamados países do Sul vêm melhorando, mas pondera que ainda estão muito longe dos de países do primeiro mundo.

- Para a grande maioria deles, a divergência em relação aos países ricos ainda é muito grande. E esses indicadores são médias, têm sempre que ser olhados com cuidado. São uma informação a mais, podem ajudar na elaborar políticas públicas, mas nunca podem ser vistos como verdade absoluta.