Título: Maluf se recusou a passar por revista
Autor: Roxo, Sérgio
Fonte: O Globo, 19/03/2013, País, p. 7

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter se recusado a passar por uma revista no aeroporto de Brasília. No último dia 5, o ex-prefeito de São Paulo foi notificado por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que pediu informações sobre a denúncia de desobediência da ordem legal de um funcionário público apresentada pela Procuradoria Geral da República.

Maluf tem um prazo de 15 dias para responder ao questionamento. De acordo com a coluna Radar, do site da revista "Veja", em fevereiro do ano passado o detector de metais do aeroporto de Brasília apitou depois que o deputado passou.

Os agentes de segurança da Infraero quiseram revistá-lo, mas o ex-prefeito se recusou e acabou embarcando no avião que seguiria para São Paulo. A equipe de segurança disse que a aeronave não levantaria voo enquanto o deputado não passasse pela inspeção.

Depois de muita insistência, Maluf acabou saindo do avião e aceitou ser revistado. Os funcionários da Infraero usaram um detector de metais e verificaram que foram o cinto e o relógio do parlamentar que fizeram o aparelho disparar. Depois da constatação, foi liberado para voltar ao avião e seguir para São Paulo, mas a equipe de segurança avisou as autoridades sobre o episódio. Por ser deputado federal, Maluf tem foro privilegiado, e o caso acabou indo parar no STF.

Procurada ontem, a assessoria de imprensa de Maluf informou que o deputado estava viajando e não poderia responder sobre o inquérito.

O parlamentar responde a outros processos no Supremo Tribunal Federal. Em setembro de 2011, por exemplo, a Corte aceitou denúncia de lavagem de dinheiro contra o ex-prefeito e integrantes de sua família. Maluf também está impedido de deixar o país porque seu nome consta desde 2010 da lista de procurados da Interpol, a pedido da Justiça de Nova York. Ele é acusado de desvio de recursos públicos de uma obra nos tempos em que era prefeito de São Paulo. O dinheiro teria sido remetido para Nova York e, em seguida, para Suíça, Inglaterra e Ilha de Jersey, paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha.