Título: Vítimas de casos de rompimentos mineiros ainda esperam justiça
Autor: Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 31/03/2013, Economia, p. 28

Agricultor reclama da qualidade da terra e pedreiro, de prejuízo

O rompimento das barragens de Cataguases, em 2003, e de Miraí, em 2007, ainda geram dores de cabeça a uma quantidade grande de moradores e produtores rurais da região. As vítimas do acidente da barragem de rejeitos industriais lembram que ganharam a ação, mas ainda não foram ressarcidas. No caso da represa de rejeitos de bauxita, ainda há 3.500 processos na Justiça, da população de Miraí e Muriaé.

- A gente nunca foi ressarcido, a empresa ofereceu acordo que não resolvia. Até hoje, quando a gente passa o arado na terra afetada pela lama e pela água negra (lignina), ela parece um tijolo - diz João Oliveira, agricultor de Cataguases.

O drama se repete em Miraí. Mauro Bazote de Oliveira, pedreiro, perdeu tudo dentro de casa com a inundação após o rompimento da barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases, que fez a lama resultante da exploração da bauxita invadir sua cidade e Muriaé.

- Eles me ofereceram acordo de R$ 3 mil, mas só o enxoval da minha filha que ia se casar valia mais - compara.

José Farage, gestor ambiental da Florestal Cataguases, disse que vários acordos foram fechados e que a solução de 2009, da liberação controlada de efluentes, não trouxe danos.