Título: Ministério Público quer garantir aluguel social a vítimas
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Fonte: O Globo, 23/03/2013, Rio, p. 22

Promotoras também pedem obras em dois rios que transbordaram

Um inquérito civil foi instaurado ontem pelo Ministério Público estadual para assegurar que as vítimas da tragédia em Petrópolis recebam o aluguel social imediatamente. Segundo o MP, a promotora Zilda Januzzi Veloso Beck quer que as famílias sejam beneficiadas ainda com indenizações, compra assistida ou casas populares. A promotora afirmou que se reunirá com a Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social para obter o mapeamento de todas as áreas de risco da cidade e o plano de contingência.

Na quinta-feira, Zilda e a promotora Maria Mascarenhas Ferreira Gomes ajuizaram uma ação civil pública para que a prefeitura, o governo do estado e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) façam obras para evitar o transbordamento dos rios Quitandinha e Piabanha. De acordo com o MP, problemas com esses dois rios teriam contribuído para a tragédia que matou 33 pessoas.

Até o fim da tarde de ontem, foram registradas 1.149 ocorrências na cidade. Desse total, 635 foram atendidas por técnicos da Defesa Civil, que vistoriaram os locais de deslizamento. Mais de mil homens - entre funcionários da Defesa Civil, de diversas secretarias, da frente emergencial contratada para ajudar na limpeza das ruas e das casas, além de voluntários - estão atuando numa força-tarefa para agilizar a desobstrução das ruas. O trabalho conta com o apoio de 80 caminhões, 20 máquinas, toda a frota de carros da prefeitura e 25 veículos alugados

Ônibus voltam a operar

De acordo com a prefeitura, as frentes de trabalho têm atuado nas comunidades para garantir a liberação de vias. Apenas três linhas de ônibus permanecem fora de operação, o que representa 1% de toda a frota de transporte coletivo. Na segunda-feira, 25% das linhas não funcionavam; na terça-feira, 13%; e na quarta, 7%.

Após cinco dias de buscas, todos os desaparecidos foram encontrados, e a prioridade da Defesa Civil é o atendimento das pessoas que estão em abrigos. O objetivo é identificar quais famílias podem voltar para suas casas e quais precisam receber aluguel social. Essas pessoas não poderão voltar para seus antigos imóveis.

A prefeitura de Petrópolis recebeu ontem um kit-calamidade e dois mil frascos de hipoclorito, enviados pela Secretaria estadual de Saúde. O hipoclorito é usado para a desinfecção da água para consumo. Cada kit-calamidade tem capacidade para atender 500 pessoas e contém medicamentos para a atenção básica, como antibióticos e álcool, entre outros itens.