Título: Produção de veículos sobe 10% em outubro
Autor: Bancillon, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 10/11/2009, Economia, p. 13

O desempenho do setor produtivo de automóveis ainda está longe de se igualar ao histórico ano de 2008, mas já ruma para um crescimento sustentável, que proporcionará aumento de emprego e de investimento no próximo ano. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgados ontem acerca de produção, venda e exportações de veículos surpreenderam analistas de mercado, que projetavam crescimento da fabricação duas vezes menor do que foi o resultado de outubro. ¿Pensávamos em algo como 5,2% (de alta), mas acabou vindo 10%¿, revela a economista Mariana Oliveira, da consultoria Tendências. A economista avalia que, pelo ritmo atual de expansão do setor, a produção voltará ao período pré-crise no primeiro semestre de 2010.

No décimo mês do ano, a produção de automóveis no país somou 316 mil unidades. Ante setembro, houve crescimento de 15,7% na fabricação, no dado sem ajuste de efeitos de tempo (sazonalidade). Com ajuste, essa variação cai para 10%, segundo cálculos da Tendências. Ainda assim, diz Mariana, os números de outubro devem ser encarados com bastante otimismo.

Em setembro, por conta de greves de trabalhadores, sobretudo em montadoras do ABC paulista, a produção de automóveis registrou 273 mil unidades. O baixo número fez com que os estoques de automóveis diminuíssem bastante, o que acaba interferindo também na previsibilidade dos lojistas e no tempo de espera do cliente pelo automóvel. Cálculos da Anfavea dão conta que o estoque em poder das concessionárias e das montadoras era, em setembro, de apenas 171 mil veículos, ou 17 dias. Em outubro, com a produção voltando a ritmo de 2008, esse número avançou para 22 dias de estoque.

No que diz respeito à comercialização, outubro foi encarado como mês de acomodação das vendas, que vinham em ritmo forte até setembro. O primeiro mês em que as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) começaram a regredir para patamares de antes da crise acabou sendo de perdas para o setor de 4,6%, no cálculo sem ajuste ante setembro.

No cálculo com ajuste sazonal, entretanto, houve alta das vendas, mesmo com a regressão gradual do IPI. ¿Os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que excluem as sazonalidades, mostram expansão em setembro de 1,2%, o que também é bastante interessante para o mercado¿, conta a economista da Tendências.

Pensávamos em algo como 5,2% (de alta), mas acabou vindo 10%¿

Mariana Oliveira, economista da consultoria Tendências

Medida para derrubar preço do álcool Edilson Rodrigues/CB/D.A Press - 15/4/08

Dentro de duas semanas, o governo deverá decidir se reduzirá o percentual de álcool na gasolina, a fim de aumentar a oferta e diminuir o preço do biocombustível ao consumidor. ¿Nem sempre reduzir a quantidade de álcool na gasolina reduz o preço, mas dentro de duas semanas devemos ter uma posição¿, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima (foto). Atualmente, a mistura de álcool anidro na gasolina está em 25%. Os preços do álcool estão em alta no mercado nacional. Em São Paulo, o álcool anidro, misturado à gasolina, subiu, em média, 38% desde agosto. O hidratado, para consumo em carros flex, subiu 30% desde setembro. Na semana passada, teve ligeira queda, de 2,07%. Segundo Lima, os produtores pediram um tempo maior ao governo, antes da eventual adoção da medida. Eles argumentam que a questão é sazonal e que será resolvida no curto prazo.