Título: Reunião do G-20 começa sem surpresas
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Fonte: Correio Braziliense, 07/11/2009, Economia, p. 28

O grupo das 20 principais economias do mundo vai chegar a um acordo neste fim de semana sobre ser muito cedo para retirar as medidas de emergência para a economia global. E que é necessário iniciar um novo sistema de supervisão para reequilibrar o crescimento mundial e prevenir crises futuras. O ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, é o anfritrião da terceira reunião dos ministros e membros de bancos centrais do G2O, que começou ontem em Saint Andrews, na Escócia, com o objetivo de caminhar com os acordos feitos na reunião de Pittsburgh em setembro.

Desde então, houve sinais cada vez maiores de que o mundo está saindo da depressão(1) econômica e de que as coisas podem estar voltando ao normal. Porém, Darling disse que seria prematuro declarar vitória sobre o que foi a maior crise financeira desde a década de 1930 e que os estímulos extraordinários dos países às suas economias teriam que continuar por enquanto.

Dez anos após o G20 ser formado, líderes concordaram que o grupo deveria ser o principal conselho econômico do mundo, porque ele também inclui a maioria das economias em desenvolvimento. Segundo as autoridades, as propostas incluem um sistema em que os países promovam projeções de sua própria economia para serem examinadas pelo FMI, que verá se elas estão consistentes.

Se não, outras alternativas podem ser vistas dentro do G20. E deixaram claro que o câmbio não está na agenda formal para a reunião. O grupo também pode analisar as propostas de criar um pool de reservas em comum para dissuadir os mercados emergentes de acumular grandes reservas de moedas estrangeiras que poderiam, em vez disso, ser utilizadas para impulsionar o crescimento da economia.

1- Reformas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua preocupação de que a leve retomada da economia global poderia minar o desejo de reformas no sistema financeiro. ¿Os pequenos sinais de melhora na economia podem criar impedimentos para nós realizarmos reformas profundas sem as quais a humanidade poderia ver uma recaída muito mais severa numa nova crise¿, disse Lula em discurso, em Londres.

Sinais de melhora

A maioria das grandes economias está se refazendo, com uma recuperação notável nos Estados Unidos e no Japão, além de fortes indícios de crescimento em vários países europeus e na China, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E o índice composto para os 29 membros da organização aumentou para 100,6 em setembro, ante 99,3 de agosto. ¿O índice composto de indicadores antecedentes da OCDE para setembro indica um crescimento na Itália, na França, no Reino Unido e na China, além de sinais de expansão no Canadá e na Alemanha¿, disse a organização em nota. ¿Uma recuperação é claramente visível nos Estados Unidos, no Japão e nas economias de outros países.¿ Contudo, alertou que os sinais de expansão ¿devem ser interpretados com precaução¿. Segundo a OCDE, a recuperação em relação ao potencial de longo prazo pode ser parcialmente atribuída a um declínio no potencial no longo prazo e não somente a uma melhora na atividade econômica em si.