Título: Saúde é prioridade na Paraíba
Autor: Lima, Daniela
Fonte: Correio Braziliense, 10/12/2009, Política, p. 8

Às vésperas de completar 10 meses de mandato, o governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), acredita ter colocado o seu estado ¿em ordem¿. Em entrevista ao Correio, disse ter encontrado uma ¿completa desorganização gerencial¿ quando assumiu, em fevereiro, o posto deixado por Cássio Cunha Lima, cassado por abuso de poder político e econômico. Para 2010, Maranhão prevê investimentos pesados. Promete reestruturar a saúde e destinar recursos para o fomento da infraestrutura, entre outras ações. Candidato à reeleição, defende o apoio de seu partido à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que disputará a Presidência da República em 2010. ¿ O meu vice é do PT. Portanto, o partido já está no meu governo¿, explicou.

Os planos para 2010 são ambiciosos. Maiores ainda são os traçados para o próximo mandato. ¿Assumi um governo com menos da metade do mandato, mas acredito que consegui colocar a casa em ordem. Tivemos muitas dificuldades, além do pouco tempo. O Orçamento de 2009 foi mal elaborado, faltavam recursos. Tínhamos obras abandonadas e pouco dinheiro investido em diversos setores¿, lembrou o governador.

Ao assumir o mandato, Maranhão demonstrou grande preocupação com a situação em que encontrou o serviço de saúde. ¿Estava-se descumprindo um preceito constitucional, que diz que 12% da receita corrente deve ser investida em saúde. Lá no meu estado, só estavam aplicando 6,2%. Isso foi criando um vazio muito grande. Tanto na continuidade de obras destinadas para o setor quanto no sistema de funcionamento dos hospitais. Os orçamentos eram tão ridículos que não permitiam gestão¿, avaliou.

Segundo Maranhão, obras de irrigação, abastecimento e habitação foram abandonadas. ¿A Paraíba tinha a melhor malha viária do Nordeste. Isso foi reduzido a nada¿, acrescentou. Para dar novos rumos ao governo, precisou fazer diversas suplementações e remanejamentos. ¿A situação está parcialmente resolvida, mas ainda temos muito o que fazer¿, avaliou. Candidato à reeleição, diz que pretende submeter sua atuação ao critério popular. Como plataforma, apresentará projetos ambiciosos, como a construção de um porto de águas profundas. ¿Para inserir a Paraíba num contexto regional e deixá-la mais atrativa para investimentos¿, explicou.

Agricultura Para reforçar a economia do estado, Maranhão vai continuar a fortalecer a agricultura irrigada. ¿Tínhamos três culturas fortes no estado: algodão, sisal e cana. Duas dessas desapareceram, por motivos diversos. Temos de substituí-las. Para isso, temos dois projetos: o de irrigação Várzea de Souza (que está em andamento), e a Transposição Litorânea (cuja primeira etapa está em andamento). A médio prazo, eles nos darão capacidade para irrigar até 25 mil hectares¿, contou.

Sobre a pré-aliança firmada entre peemedebistas e petistas para as eleições presidenciais em 2010 ¿ que divide opiniões dentro das próprias legendas ¿, ele diz estar do lado dos que apoiam Dilma. ¿O PMDB é muito heterogêneo. Em alguns estados, é muito difícil de uma aliança com o PT acontecer. Não é o meu caso. O meu vice (Luciano Cartaxo) é petista¿, finalizou.

O PMDB é muito heterogêneo. Em alguns estados, é muito difícil de uma aliança com o PT acontecer. Não é o meu caso. O meu vice (Luciano Cartaxo) é petista¿