Título: Mais crédito para construção
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Fonte: Correio Braziliense, 15/12/2009, Economia, p. 19

Caixa Econômica Federal amplia em R$ 1 bilhão a oferta de financiamentos destinados a reforma e edificação

Igo Estrela/CB/D.A Press Mais 100 lojas estão sendo cadastradas para negociarem os recursos diretamente com os clientes, sem intermediação da Caixa

A Caixa Econômica anunciou ontem a ampliação da linha de crédito para a compra de material de construção com aporte de mais R$ 1 bilhão para empréstimos e financiamentos a pessoas físicas interessadas em construir ou reformar. Os recursos são negociados pelos clientes diretamente em lojas e depósitos conveniados por meio do Crediário Caixa Fácil.

O valor máximo para financiamento é de R$ 10 mil, com prazo de pagamento de 24 meses e quitação da primeira prestação 59 dias após a contratação do crédito, que pode ser feita por meio de débito automático em conta corrente ou de boleto bancário.

O vice-presidente de Pessoa Física da Caixa Econômica, Fábio Lenza, informou que o reforço de R$ 1 bilhão deverá incentivar a maior procura por material de construção. ¿Nosso objetivo é expandir o volume de concessão de crédito no segmento, atendendo as necessidades do público de menor renda, com taxas bastante competitivas¿, comentou. Com o acréscimo, o total dos recursos destinados à essa linha de financiamento sobe para R$ 5 bilhões.

A oferta de maior volume de recursos para empréstimos veio acompanhada de maior número de pontos de venda em condições de oferecer os financiamentos. Conforme Fábio Lenza, mais 100 lojas de material de construção estão sendo cadastradas e passarão a fazer parte do conjunto de depósitos conveniados.

Recuperação

Também ontem a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) projetou que a venda de materiais de construção deverá subir 15% em 2010 frente a 2009, em um processo de recuperação dos negócios, que se mostraram mais fracos neste ano após o baque da crise entre consumidores e o setor industrial. Segundo a entidade, entre janeiro e novembro deste ano, o faturamento desse segmento recuou 14,81%. Em termos de produção, a redução foi de 9%.

O número 24 Total de meses para quitar o financiamento

Empréstimo caro aos pequenos empresários

Victor Martins

A demanda das empresas por crédito, importante termômetro do aquecimento da economia, está em baixa. Pesquisa que avalia a disponibilidade e o acesso ao dinheiro por parte de pessoas jurídicas mostra que a procura por empréstimos caiu pela quarta vez consecutiva em novembro ao registrar recuou de 4,2% frente a outubro, segundo o Indicador Serasa Experian. Apesar do desempenho ruim na avaliação mensal, comparado com igual mês do ano passado, o índice marcou a primeira variação positiva do ano: 0,4%. De acordo com a consultoria que divulgou a pesquisa, o resultado é insignificante. No acumulado do ano, o tombo é de 5,1%. A trajetória negativa na procura por crédito, conforme analistas, indica empresas se financiando à margem do sistema financeiro e evitando a realização de investimentos. Tal queda na demanda foi influenciada pelas médias e pequenas empresas que, desde o início da crise financeira internacional, no fim de 2008, sentiram mais pesadamente um estrangulamento do crédito. Com os recursos mais escassos no país, deu-se início a uma ¿concorrência entre as empresas por recursos¿, disputa que foi vencida pelos grandes empreendimentos. ¿Quem não conseguiu recursos está se financiando através de operações entre empresas. Se você não consegue crédito na rede bancária, negocia prazo maior com seu fornecedor. É o chamado crédito mercantil¿, explicou o gerente de indicadores da Serasa Experian, Luiz Rabi. ¿Outra opção é a capitalização por parte dos acionistas ou sócios das empresas. Eles precisaram injetar mais dinheiro nos empreendimentos neste ano¿, emendou. Na avaliação de Rabi, para o mercado voltar ao normal, é necessário o restabelecimento do crédito internacional que, na maioria dos casos, oferece capital a juros menores que o ofertado por instituições financeiras do país. ¿Enquanto não houver essa recuperação, uma parte do funding (financiamento) da rede bancária não vai melhorar. Hoje, o dinheiro ainda está barato lá fora, mas ninguém quer emprestar¿, avaliou o gerente da Serasa Experian.